Bem-aventurados
os que têm sede de justiça, porque serão saciados. Essa afirmativa de Jesus nos
faz pensar se podemos nos incluir no número dos que têm sede de justiça.
Segundo
os dicionários, justiça quer dizer conformidade com o direito. Virtude de dar a
cada um o que é seu.
Jesus,
no entanto, se referiu à justiça recomendando que fizéssemos ao próximo o que
gostaríamos que o próximo nos fizesse.
Todavia,
nós que, tantas vezes, temos cobrado da Divindade que sacie a nossa sede de
justiça, se analisarmos profundamente, não estamos verdadeiramente com sede de
justiça, no real sentido do termo.
No
convívio diário, muitas vezes nos surpreendemos agindo de forma injusta.
O
trato com as pessoas que nos rodeiam é diferenciado conforme a posição social
ou financeira, de subalternidade ou de autoridade, de que cada uma esteja
investida.
Se
nos dirigimos à serviçal que faz a faxina, por exemplo, falamos de determinada
forma, num tom de voz e atenção distinto do que empregamos para falar com
pessoas que ocupam cargos que, a nosso ver, são mais importantes.
Se
a pessoa que nos procura está vestida com trajes elegantes, mesmo que não
saibamos de quem se trate, a nossa deferência é imediata.
Mas,
se está envolta em andrajos, bem diferente é a nossa atenção.
Outro
exemplo, é quando nosso veículo começa a demonstrar sinais de que em breve terá
o motor fundido. Qual a primeira ideia que nos vem à mente?
Se
fôssemos pessoas justas, certamente faríamos uma boa revisão reparando os danos
e, ao ofertá-lo a alguém, no caso de venda, falaríamos a verdade ao comprador.
Mas
o que normalmente ocorre é a ideia de passá-lo adiante o mais rápido possível.
E quem comprá-lo que fique com o prejuízo. Afinal, o mundo é dos espertos,
pensamos.
Mas
nos dizemos pessoas justas.
Se
o inverso acontece conosco, imediatamente nos indignamos diante do que chamamos
uma grande desonestidade. Como pôde alguém nos vender um veículo prestes a
fundir o motor? Que injustiça!
Se
observamos os governantes corruptos a tirar vantagens pessoais com os recursos
públicos, imediatamente levantamos a voz para criticar e exigir justiça.
Mas,
quantos de nós compramos atestados falsos para ludibriar o patrão e receber o
salário integral?
Usamos,
nos vários momentos, dois pesos e duas medidas. E como nos conhecemos, sabemos
porque agimos dessa maneira. Sabemos quais são as nossas verdadeiras intenções.
Assim,
podemos nos perguntar: Será que temos mesmo sede de justiça? Ou será que nos
pesos e medidas só temos pensado em nós mesmos?
A
promessa do Cristo é real e se cumprirá quando efetivamente tivermos sede de
justiça, usando, como a Justiça Divina, um único peso e uma única medida, com
imparcialidade.
*
* *
Os
Espíritos superiores recomendam que, caso tenhamos dúvidas quanto ao
procedimento que devamos adotar com alguém, que nos coloquemos no lugar desse
alguém e façamos exatamente o que desejaríamos que nos fosse feito.
Dessa
forma, jamais nos equivocaremos, uma vez que todos queremos o melhor para nós
mesmos.
Pensemos
nisso!
Redação
do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Nenhum comentário:
Postar um comentário