No mundo moderno as
comunicações operam-se com grande rapidez e eficiência.
Internet, televisão e cinema
constituem instrumentos de difusão de informações e modos de vida.
Graças a eles se tem notícia do
quão liberais estão os costumes.
Valores tradicionais são
colocados em xeque.
A educação baseada na proibição
dá mostras de periclitar.
Os jovens exercitam a sexualidade
cada vez mais cedo.
Tabus caem e nada mais parece
errado.
Segundo uma concepção que se
generaliza, o importante é ser feliz.
Essa felicidade é identificada
com a realização de sonhos e a obtenção de prazeres.
Entretanto, a vivência dessa nova
cultura não parece proporcionar paz e plenitude.
Problemas psicológicos, como
depressão e ansiedade, se alastram.
A troca constante de parceiros
traz vazio e insatisfação.
Uma série de relações sem
profundidade em nada contribui para o amadurecimento afetivo.
A ausência de compromisso sério
torna banais os relacionamentos.
Em clima de banalidade, é
impossível surgir uma afeição genuína e profunda.
A qualquer sinal de dificuldade,
o rompimento surge como uma opção simples e fácil.
Pessoas tornam-se descartáveis
nas vidas umas das outras.
A procura da felicidade torna-se
um processo de infantilização.
Ao invés de serem identificados e
resolvidos os problemas de uma relação, foge-se deles.
É como se os seres humanos se
assemelhassem a eletrodomésticos.
Quando surgem problemas, um é
facilmente substituído por outro.
Trata-se de uma triste
característica que se incorpora na personalidade.
Gradualmente, optar pela solução
mais fácil torna-se uma segunda natureza.
Ocorre que a solução mais fácil
nem sempre é a mais honrosa.
Em questões morais, raramente
agir com correção é fácil.
Caso se opte sempre pela
facilidade, corre-se o risco de perder completamente as referências éticas.
De leviandade em leviandade, o
homem se converte em um monstro egoísta e imoral.
As dores e os problemas dos
outros deixam de ter qualquer importância.
O relevante é não se incomodar e
seguir despreocupado.
Entretanto, ação gera reação.
Quem se permite desprezar, ferir
e seguir adiante, gradualmente se vê isolado.
Contudo, a dor destina-se a
desenvolver a sensibilidade e não poupa ninguém.
Todo mundo, mais cedo ou mais
tarde, experimenta dificuldades e necessita de apoio.
Em épocas difíceis, de dor e
desolação, um ombro amigo é um tesouro de inestimável valor.
Ciente disso, não se negue a
apoiar quem precisa de você.
Não banalize suas relações e nem
imagine que as pessoas são descartáveis.
Não tenha como meta de vida a
despreocupação.
Descubra a ventura de estabelecer
vínculos afetivos sólidos e profundos.
Permita-se partilhar os problemas
dos outros.
Converta-se em alguém solidário e
disposto a colaborar.
Quando surgirem problemas em uma
relação, resolva-os, como adulto que é.
Talvez sua vida se torne um pouco
menos despreocupada.
Mas ela ganhará em plenitude e
maturidade.
O exercício da solidariedade e da
compaixão o fará um ser humano melhor.
E, com certeza, ser digno e bom
lhe proporcionará paz e alegria.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita. Disponível
no CD Momento Espírita, v. 13, ed. Fep