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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Como Gerenciar Seu Tempo | PEDRO CALABREZ | NeuroVox 041

A HISTÓRIA DOS PORCOS ESPINHOS...


Há milhões de anos durante a era glacial, quando parte do nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram por não se adaptarem às condições.
Os porcos-espinhos percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de um companheiro feriam o que estava mais próximo, justamente aquele que mais oferecia calor. Por isto, decidiram afastar-se uns dos outros; e começaram de novo a morrer congelados.
Então precisaram fazer uma escolha ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria decidiram ficar juntos. Aprenderam assim a conviver mantendo uma distância ideal, nem muito perto para se espetar, nem muito distante para não perder o calor e também, a suportar pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim, sobreviveram à longa era glacial.
Moral: O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele em que as pessoas aprendem a conviver com os defeitos do outro e valorizar suas qualidades.
Relacionamo-nos com amigos, parentes, colegas de trabalho familiares... Cada relacionamento com a devida distância, com algumas pessoas podemos nos aproximar mais e trocamos confidências, com outras, apenas cumprimentamo-nos. Às vezes nos sentimos solitários, outras sentimos que é necessário tirar um tempo só para nós. Quando nos aproximamos muito, às vezes esquecemos de respeitar o espaço das outras pessoas, e, às vezes, quando dependemos muito dos outros, perdemos a nossa independência. É por isso que precisamos do nosso espaço.

Arthur Schopenhauer (Filósofo alemão)

sexta-feira, 1 de junho de 2018


Um recado para aqueles que se sentem frustrados por não estarem onde gostariam de estar:

Vênus e Marte são planetas, astros iluminados que giram ao redor do Sol. Um ano em Vênus dura cerca de 225 dias. Já em Marte, esse ano dura 687 dias. Mesmo com essa diferença, e talvez, justamente por ela, o universo funciona muitíssimo bem.

Perceba que se até um planeta possui um tempo específico para realizar certa atividade e que esse tempo difere do de outros que realizam atividade parecida. 

Por qual motivo você insiste em culpar-se por não estar em determinado lugar, ou realizando determinada atividade, só porque aquele amigo/primo/irmão já está nesse lugar e/ou fazendo essa determinada coisa?

Comparar-se com outra pessoa é se auto sabotar. Somos planetas, distintos um dos outros, e o sol é a vida de um modo geral. Seu movimento de translação é único e diz respeito somente a você. Você não está atrasado, só está percorrendo o trajeto no seu devido tempo. Talvez você leve mais tempo, mas isso faz parte do que você é, faz parte do seu percurso.

Então, quando se sentir perdido e angustiado, só se realinhe e continue sua caminhada. Pois, no final, todos iremos circundar o sol.

Desconheço autoria.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

A geração “FLOCO DE NEVE".


A geração “floco de neve”: pessoas sensíveis que se ofendem por tudo
Quando imaginamos um floco de neve, nós o associamos à beleza e singularidade, mas também à sua enorme vulnerabilidade e fragilidade. Estas são precisamente duas das características que definem as pessoas que atingiram a idade adulta na década de 2010. Afirma-se que a geração “floco de neve” seja formada por pessoas extremamente sensíveis aos pontos de vista que desafiam sua visão do mundo e que respondem com uma suscetibilidade excessiva às menores queixas, com pouca resiliência.
A voz de alarme, por assim dizer, foi dada por alguns professores de universidades como Yale, Oxford e Cambridge, que notaram que a nova geração de alunos que frequentavam suas aulas era particularmente suscetível, não tolerante à frustração e particularmente inclinados fazerem uma tempestade em um copo de água.
Cada geração reflete a sociedade que eles viveram
Dizem que as crianças saem mais ao padrão da sua geração que aos pais. Não há dúvida de que, para entender a personalidade e o comportamento de alguém, é impossível abstrair do relacionamento que estabeleceu com seus pais durante a infância e a adolescência, mas também é verdade que os padrões e expectativas sociais também desempenham um papel importante no estilo educacional e moldam algumas características de personalidade. Em resumo, podemos dizer que a sociedade é a terra onde a semente é plantada e crescida e os pais são os jardineiros que são responsáveis por fazer crescer.
Isso não significa que todas as pessoas de uma geração respondam ao mesmo padrão, felizmente há sempre diferenças individuais. No entanto, não se pode negar que as diferentes gerações têm metas, sonhos e formas de comportamento característico que são o resultado das circunstâncias que tiveram que viver e, em alguns casos, tornam-se inimagináveis em outras gerações.Claro, o mais importante é não colocar rótulos, mas analisemos para entender o que está na base desse fenômeno, para não repetir os erros e para que possamos dar a devida importância a habidades de vida tão importantes quanto a Inteligência Emocional e a resiliência.
Fonte:
Mistler, BJ et. Al. (2012) The Association for University and College Counseling Center Directors Annual Survey Reporting. Pesquisa do AUCCCD ; 1-188

3 erros educacionais colossais que criaram a geração “floco de neve”
1. Sobreprotecção. A extrema vulnerabilidade e escassa resiliência desta geração têm suas origens na educação. Estes são, geralmente, crianças que foram criadas por pais superprotetores, dispostos a pavimentar o caminho e resolver o menor problema. Como resultado, essas crianças não teve a oportunidade de enfrentar as dificuldades e conflitos do mundo real e desenvolver tolerância à frustração, ou resiliência. Não devemos esquecer que uma dose de proteção é necessária para que as crianças cresçam em um ambiente seguro, mas quando impede que explorem o mundo e limite seu potencial, essa proteção se torna prejudicial.
2. Sentido exagerado de “eu”. Outra característica que define a educação recebida pelas pessoas da geração “floco de neve” é que seus pais os fizeram sentir muito especiais e únicos. Claro, somos todos únicos, e não é ruim estar ciente disso, mas também devemos lembrar que essa singularidade não nos dá direitos especiais sobre os outros, já que somos todos tão únicos quanto os outros. O sentido exagerado de “eu” pode dar origem ao egocentrismo e à crença de que não é necessário tentar muito, uma vez que, afinal, somos especiais e garantimos o sucesso. Quando percebemos que este não é o caso e que temos que trabalhar muito para conseguir o que queremos, perdemos os pontos de referência que nos guiaram até esse momento. Então começamos a ver o mundo hostil e ameaçador, assumindo uma atitude de vitimização.

3. Insegurança e catástrofe. Uma das características mais distintivas da geração do floco de neve é que eles exigem a criação de “espaços seguros”. No entanto, é curioso que essas pessoas tenham crescido em um ambiente social particularmente estável e seguro, em comparação com seus pais e avós, mas em vez de se sentir confiante e confiante, temem. Esse medo é causado pela falta de habilidades para enfrentar o mundo, pela educação excessivamente superprotetiva que receberam e que os ensinou a ver possíveis abusos em qualquer ação e a superestimar eventos negativos transformando-os em catástrofes. Isso os leva a desejarem se bloquear em uma bolha de vidro, para criar uma zona de conforto limitado onde eles se sintam seguros.
Para entender melhor como a educação recebida afeta uma criança, é importante ter em mente que as crianças procuram pontos de referência em adultos para processar muitas das experiências que experimentam. Isso significa que uma cultura paranóica, que vê abusos e traumas por trás de qualquer ato e responde com sobreproteção, gerará efetivamente crianças traumatizadas. A forma como os adultos enfrentam uma situação particularmente delicada para a criança, como um caso de abuso escolar, pode fazer a diferença, levando a uma criança que consegue superar e se torna resiliente ou uma criança que fica com medo e torna-se uma criança vítima
Qual é o resultado?
O resultado de um estilo de parentesco superprotetivo, que vê o perigo em todos os lugares e promove um sentido exagerado de “eu”, são pessoas que não possuem as habilidades necessárias para enfrentar o mundo real.
Essas pessoas não desenvolveram tolerância suficiente à frustração, então o menor obstáculo os desencoraja. Nem desenvolveu uma Inteligência emocional adequada, então eles não sabem como lidar com as emoções negativas que certas situações suscitam.
Como resultado, eles se tornam mais rígidos, se sentem ofendidos por diferentes opiniões e preferem criar “espaços seguros”, onde tudo coincide com suas expectativas. Essas pessoas são hipersensíveis à crítica e, em geral, a todas as coisas que não se encaixam na visão do mundo.
Também são mais propensos a adotar o papel das vítimas, considerando que estão todos contra ou equivocados. Desta forma, eles desenvolvem um local de controle externo, colocando a responsabilidade sobre os outros, em vez de se encarregar de suas vidas e mudar o que podem mudar.
O resultado também é que essas pessoas são muito mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos psicológicos, do estresse pós-traumático à ansiedade e à depressão. Na verdade, não é estranho que o número de transtornos de humor aumente ano após ano.
Este artigo foi publicado originariamente no site Rincón Psicología e fora livremente adaptado pela equipe da Revista Pazes.
https://www.revistapazes.com/

terça-feira, 13 de março de 2018


Muita gente não consegue ser firme e tem dificuldade de se impor perante aqueles que abusam de sua boa vontade. Pessoas assim acabam sendo exploradas, e seguem arrependidas por terem aceitado coisas que, no fundo, lhes fazem mal.
Acontece que o mundo está cheio de gente folgada e aproveitadora. Indivíduos que seguem uma lógica segundo a qual vale a pena tentar explorar e abusar, afinal "o não eu já tenho." A cultura em nosso país, infelizmente, alimenta essa postura. Nessas horas, costumo dizer: o inseto só interrompe seu voo quando encontra um para-brisa. Do contrário, permanece sobrevoando e incomodando.
Impor limites àqueles que lidam conosco não é somente um ato de afirmação. Trata-se, sobretudo, de autoconhecimento. Ao dizer não, damos foco ao que de fato nos importa. Ao agir com firmeza, ao lutar, ao andar de cabeça erguida e não aceitar que ultrapassem nossos limites – assim conquistamos o respeito não somente de terceiros, mas principalmente de nós mesmos.
Seja o para-brisa.

Pedro Calabrez Furtado

quinta-feira, 8 de março de 2018


Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. 
Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre. 
Porque alguém disse e eu concordo que o tempo cura, que a mágoa passa, que decepção não mata. 
E que a vida sempre, sempre continua.

Simone de Beauvoir

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

CADA UM NO SEU RITMO...


Alguém se formou com 22 anos, mas teve que esperar 5 anos para conseguir um emprego estável.
Alguém se tornou um grande empresário aos 25, e morreu aos 50.
Enquanto isso, outra pessoa se tornou empresária aos 50, e viveu até os 90 com saúde.
Alguém continua solteiro, enquanto outro alguém está se casando.
Obama terminou a vida política aos 55, e Trump começou aos 70.
Todos nesse mundo funcionam baseados no seu próprio fuso horário.
As pessoas ao seu redor podem parecer que sempre estão na sua frente, e outros parecerem sempre estar atrás de você, mas todo mundo está correndo a sua própria maratona, no seu próprio tempo.
Não os inveje, nem os menospreze. A vida é sobre como nós esperamos pelo momento certo para agir, então relaxe!

Você não está atrasado.
Você não está adiantado.
Você está no tempo certo.



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

AI DE TI, BRASIL...

Ai de ti, Brasil, eu te mandei o sinal, e não recebeste. Eu te avisei e me ignoraste, displicente e conivente com teus malfeitos e erros. Ai de ti, eu te analisei com fervor romântico durante os últimos 20 anos, e riste de mim. 
Ai de ti, Brasil! Eu já vejo os sinais de tua perdição nos albores de uma tragédia anunciada para o presente do século XXI, que não terá mais futuro. 
Ai de ti, Brasil – já vejo também as sarças de fogo onde queimarás para sempre! Ai de ti, Brasil, que não fizeste reforma alguma e que deixaste os corruptos usarem a democracia para destruí-la. Malditos os laranjas e as firmas sem porta.

Ai de ti, Miami, para onde fogem os ladrões que nadam em vossas piscinas em forma de vagina e corcoveiam em “jet skis”, gargalhando de impunidade. 
Malditas as bermudas cor-de-rosa, barrigas arrogantes e carrões que valem o preço de uma escola. Maldita a cabeleira do Renan, os olhos cobiçosos de Cunha, malditos vós que ostentais cabelos acaju, gravatas de bolinhas e jaquetões cobertos de teflon, onde nada cola. Por que rezais em vossos templos, fariseus de Brasília? Acaso eu não conheço a multidão de vossos pecados???

Ai de vós, celebridades cafajestes, que viveis como se estivésseis na Corte de Luís XIV, entre bolsas Chanel, gargantilhas de pérola, tapetes de zebra e elefantes de prata. Portais em vosso peito diamantes em que se coagularam as lágrimas de mil meninas miseráveis. Ai de vós, pois os miseráveis se desentocarão, e seus trapos vão brilhar mais que vossos Rolex de ouro. Ai de ti, cascata de camarões!

Tu não viste o sinal, Brasil. Estás perdido e cego no meio da iniquidade dos partidos que te assolam e que contemplas com medo e tolerância?

Cingiram tua fronte com uma coroa de mentiras, e deste risadas ébrias e vãs no seio do Planalto. Ai de vós, intelectuais, porque tudo sabeis e nada denunciais, por medo ou vaidade. Ai de vós, acadêmicos que quereis manter a miséria “in vitro” para legitimar vossas teorias. Ai de vós, “bolivarianos” de galinheiro, que financiais países escrotos com juros baixos, mesmo sem grana para financiar reformas estruturais aqui dentro. Ai de ti, Brasil, porque os que se diziam a favor da moralidade desmancham hoje as tuas instituições, diante de nossos olhos impotentes. Ai de ti, que toleraste uma velha esquerda travestida de moderna. Malditos sejais, radicais de cervejaria, de enfermaria e de estrebaria – os bêbados, os loucos e os 
burros –, que vos queixais do país e tomais vossos chopinhos com “boa consciência”. Ai de vós, “amantes do povo” – malditos os que usam esse falso “amor” para justificar suas apropriações indébitas e seus desfalques “revolucionários”.

Ai de vós, que dizeis que nada vistes e nada sabeis, com os crimes explodindo em vossas caras.

Ai de ti, que ignoraste meus sinais de perigo e só agora descobriste que há cartéis de empresas que predam o dinheiro público, com a conivência do próprio poder. Malditas sejam as empresas-fantasma em terrenos baldios, que fazem viadutos no ar, pontes para o nada, esgotos a céu aberto e rapinam os mínimos picuás dos miseráveis.

Malditos os fundos de pensão intocáveis e intocados, com bilhões perdidos na Bolsa, de propósito, para ocultar seus esbulhos e defraudações. Malditos também empresários das sombras. Malditos também os que acham que, quanto pior, melhor.

A grande punição está a caminho. Ai de ti, Brasil, pois acreditaste no narcisismo deslumbrado de um demagogo que renegou tudo que falava antes, que destruiu a herança bendita que recebeu e que se esconde nas crises, para voltar um dia como “pai da pátria”. Maldito esse homem nefasto, que te fez andar de marcha à ré.

Ai de ti Brasil, porque sempre te achaste à beira do abismo ou que tua vaca fora para o brejo. Esse pessimismo endêmico é uma armadilha em que caíste e que te paralisa, como disse alguém: és um país “com anestesia, mas sem cirurgia”.

Ai de vós, advogados do diabo que conseguis liminares em chicanas que liberam criminosos ricos e apodrecem pobres pretos na boca do boi de nossas prisões. Maldita seja a crapulosa legislação que vos protege há quatro séculos. Malditos os compradiços juízes, repulsivos desembargadores, vendilhões de sentenças para proteger sórdidos interesses políticos. 
Malditos sejam os que levam dólares nas meias e nas cuecas e mais ainda aqueles que levam os dólares para as Bahamas. Ai de vós! A ira de Deus não vai tardar...

Sei que não adianta vos amaldiçoar, pois nunca mudareis a não ser pela morte, guerra ou catástrofe social que pode estar mais perto do que pensais. 
Mas, mesmo assim, vos amaldiçoo. Ai de ti, Brasil!
Já vejo as torres brancas de Brasília apontando sobre o mar de lama que inundará o Cerrado. Já vejo São Paulo invadida pelas periferias, que cobrarão pedágio sobre vossas Mercedes. Escondidos atrás de cercas elétricas ou fugindo para Paris, vereis então o que fizestes com o país, com vossa persistente falta de vergonha. Malditos sejais, ó mentirosos, vigaristas, 
intrujões, tartufos e embusteiros! Que a peste negra vos cubra de feridas, que vossas línguas mentirosas sequem e que água alguma vos dessedente. Ai de ti, Brasil, o dia final se aproxima.

Se vossos canalhas prevalecerem, virá a hidra de sete cabeças e dez chifres em cada cabeça e voltará o dragão da Inflação. E a prostituta do Atraso virá montada nele, segurando uma taça cheia de abominações. E ela estará bêbada com o sangue dos pobres, e em sua testa estará escrito: “Mãe de todas as meretrizes e mãe de todos os ladrões que paralisam nosso país”. Ai de ti, Brasil! Canta tua última canção na boquinha da garrafa.


Arnaldo Jabor

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

DICAS PARA ECONOMIZAR EM PARIS - APRENDI NA PRÁTICA

DEUS SEGUNDO SPINOZA...

Einstein quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens”.
“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida.
Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso.
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar.
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse.
Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti.
Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam.
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres?
Para que tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.

Baruch Spinoza


As sábias palavras são de Baruch Espinoza , e acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século XVII. Continuam verdadeiras e atuais até a data de hoje.
Se tens um tempinho… segue uma breve biografia…
Baruch Spinoza ou Espinosa, ou Espinoza (1632-1677) nasceu em Amsterdã, Holanda. John Locke nasceu no mesmo ano. Spinoza era de uma família tradicional judia, de origem portuguesa. Sua família emigrou porque os judeus estavam sendo perseguidos. Seu pai era um comerciante bem sucedido e abastado. Spinoza gostava de estudar e ficava na sinagoga. Era um dos melhores alunos. Aprendeu a Bíblia Sagrada e o Talmund. Então foi para uma escola particular, onde conheceu o latim. Pôde então ter um estudo mais abrangente. Leu sobre a identificação de Deus com o universo, sobre a associação da matéria com o corpo de Deus. Se interessou muito pela filosofia moderna, como Bacon, Hobbes e Descartes. Então foi acusado de heresia, por se mostrar irredutível em suas opiniões.
Spinoza fez uma análise histórica da Biblía, colocando-a como fruto de seu tempo. Critica os dogmas rígidos e rituais sem sentido nem poder, bem como o luxo e a ostentação da Igreja. Por suas opiniões, um homem tentou matá-lo com um punhal. Escapou graças à sua agilidade. Ofereceram uma pensão para ele manter fidelidade à sinagoga e Spinoza recusou. Foi então excomungado, em 1656. Amaldiçoaram-no em ritual. Depois disso, viajou pela Holanda. Os judeus não falavam com Spinoza, mas os cristãos sim. Apesar disso, não se converteu ao cristianismo. Seus familiares quiseram deserdá-lo. Lutou pela herança do pai e ganhou a causa. Mas recusou a recebê-la, só queria fazer valer seus direitos.
Spinoza era meio frágil, pois seus pais eram tuberculosos. Viveu uma vida modesta, frugal e sem grandes luxos. Se sustentava com algumas doações e com o dinheiro de polidor e cortador de lentes ópticas. Mantinha uma relação com amigos e admiradores, e discutia suas idéias. Se correspondeu bastante. Era de altura mediana, pele escura, cabelos escuros e encaracolados e feições agradáveis. Segundo Colerus, se vestia descuidadosamente. Suas principais obras são: Tratado político, inacabado; Tratado da correção do intelecto; Princípios da Filosofia Cartesiana; Pensamentos Metafísicos;que veio de curso particular que deu sobre Descartes, e sua obra prima: Ética Demonstrada pelo método geométrico. Algumas obras suas foram incluídas no Index de livros proibidos. Foi preso sob acusação religiosa e morreu na prisão, aos quarenta e quatro anos.
A vida de Spinoza foi marcada pela sua concepção de Deus. No Tratado teológico político defende uma interpretação da Bíblia diferente da visão dogmática de judeus e cristãos. Diz que a Bíblia está no sentido figurado.