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domingo, 12 de fevereiro de 2012

MAL DE AMOR...

Toda pena de amor, por mais que doa,
no próprio amor encontra recompensa.
As lágrimas que causa a indiferença,
seca-as depressa uma palavra boa.


A mão que fere, o ferro que agrilhoa,
obstáculos não são que amor não vença.
Amor transforma em luz a treva densa.
Por um sorriso amor tudo perdoa.


Ai de quem muito amar não sendo amado,
e depois de sofrer tanta amargura,
pela mão que o feriu não for curado.


Noutra parte há de em vão buscar ventura.
Fica-lhe o coração despedaçado,
que o mal de amor só nesse amor tem cura.


Anna Amélia Queiroz Carneiro de Mendonça, nasceu no Rio de Janeiro em 1896 e faleceu em 1971. Poetisa, tradutora e feminista carioca. Em 1917 casou-se com Marcos Carneiro de Mendonça, jogador do Fluminense.

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