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quarta-feira, 11 de abril de 2012

O SEMEADOR...

"Porque, assim como a chuva e a neve descem dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir e brotar, para que dê semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei." Isaías 55.10,11


Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica.


Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h15 e viajava cinqüenta minutos até o trabalho... à tardinha fazia a mesma coisa, voltando para a casa.


No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela.


Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.


Um dia, o homem reparou na cena.


Ficou curioso.


No dia seguinte, a mesma coisa.


Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:


- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela?


- Bom dia, respondeu a velhinha com um sorriso. Jogo sementes...


- Sementes?... Sementes de quê?


- De flores. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia. E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom.


- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos. A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?


- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.


- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...


- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer .


Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho".


O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".


O tempo passou. Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto.


Olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias.


A paisagem estava colorida, perfumada, linda.


O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e, nada!


Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.


- A velhinha das sementes?


- Pois é, ela morreu no mês passado.


O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela, e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...


"Quem diria, as flores brotaram mesmo. Mas, pensando bem, de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu, e não pode ver esta beleza toda que ela fora responsável".


Nesse instante, o homem escutou atrás de si, uma gostosa risada de criança.


Uma garotinha apontava pela janela entusiasmada.


- Olha mamãe, que lindo, quantas flores pela estrada! Como se chamam aquelas azuis? e as branquinhas?


Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito.


Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz.


Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.


No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e, com um sorriso nos lábios, tirou um pacotinho do bolso, e começou a lançar semente pela janela.


Que tal, jogar sementinhas pela janela?


Com certeza deixaremos algum caminho melhor para quem vier depois de nós!


"O semeador semeia a palavra" Marcos 4:14

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