"PORQUE sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus." II Coríntios 5.1
Sua casa
é viva ou morta? A pergunta soa estranha, com certeza. E você logo responderá
que casa é algo inanimado.
A casa é
feita de pedras, tijolos, madeira, portanto, não tem vida.
Entretanto,
casas existem que são mortas. Você as adentra e sente em todos os cômodos a inexistência
de vida. Sim, dentro delas habitam pessoas, famílias inteiras.
Mas são
aquelas casas em que quase tudo é proibido. Tudo tem que estar tão arrumado,
ajeitado, sempre, que não se pode sentar no sofá porque se está arriscando
sujar o revestimento novo e caro.
Casas em
que o quarto das crianças é impecável. Todos os bichinhos de pelúcia, por ordem
de cor e tamanho, repousam nas prateleiras.
Essas
casas são frias. Pequenas ou imensas carecem do calor da descontração, da luz
da liberdade e da iluminada possibilidade de dentro delas se respirar, cantar,
viver.
Por isso
mesmo parecem mortas.
As casas
vivas já demonstram, desde o jardim, que nelas existe vibração e alegria.
No
gramado, a bola quieta fala da existência de muitos folguedos. A bicicleta,
meio deitada, perto da garagem, diz que pernas infantis até a pouco a
movimentaram com vigor.
Em todos
os cômodos se reflete a vida. No sofá, um ursinho de pelúcia denuncia a
presença de um pequenino irrequieto que carrega a sua preciosidade por todos os
cantos.
Na saleta, livros, cadernos e lápis
dizem dos estudos que se repetem durante horas. O dicionário aberto, um
marcador de páginas assinalando uma mensagem preciosa fala de pesquisa e
leitura atenciosa.
A cozinha exala a mensagem de que
ali, a qualquer momento, pode chegar alguém e se servir de um copo d’água, um
café, um pedaço de pão.
Os quartos traduzem a presença dos
moradores. Cores alegres nas cortinas, janelas abertas para que o sol entre em
abundância.
Os
travesseiros um pouco desajeitados deixam notar que as crianças os jogam, vez
ou outra, umas contra as outras, em alegres brincadeiras.
Enfim,
as casas vivas são aquelas em que as pessoas podem viver com liberdade. O que
não quer dizer com desordem.
As casas vivas são aquelas nas quais
os seus moradores já descobriram que elas foram feitas para morar, mas,
sobretudo para se viver.
O
desapego às coisas terrenas inicia nas pequeninas coisas. Se estabelecermos, em
nosso lar, rígidas regras de comportamento para que tudo esteja sempre
impecável, como se pessoas ali não vivessem, estamos demonstrando que o mais
importante são as coisas, não as pessoas.
Manter o
asseio, a ordem é correta. Escravizar-se a detalhes, temer por estragos
significa exagerado apego a coisas que, em última análise, somente existem em
função das pessoas.
Coloque
sinais de vida em todos os aposentos. Disponha flores nas janelas para que quem
passe, possa dizer: Esta é uma casa viva. É um lar.
Desconheço o Autor
Nenhum comentário:
Postar um comentário