Estrelas, aqueles pontos cadentes inalcançáveis que estão sempre lá, onde não
se sabe onde é, mesmo quando não os vemos em tempos nublados.
As estrelas não
vem até nós e, se viessem, não seriam estrelas.
Assim como a gente não pode se
ver por inteiro próximo demais a um espelho, estrelas são feitas para serem
vistas de longe.
Somos estrelas em momentos que nos observamos a uma distância
que só o tempo permite. Porque tudo o que vemos de nós mesmos é luz que viaja e
já não existe mais. Mas o que se forma em nosso ser, só será estrela quando
explodir. E o que explode, perde a existência.
A imaginação e os sonhos são as
estrelas em formação mais latentes de nosso céu encantado. Quando se realizam,
podem ser vistos de longe, brilhando em um passado que permanecerá no
firmamento longínquo de tudo o que nos trouxe a onde pensamos estar ou ser.
Vaga-lumes. Eles vem até nós. Brilham em nosso redor e, de repente, se vão,
como quem, sem muita satisfação a dar, nos satisfaz a carência do especial com
sua rápida e passageira presença. Eles sim, são como o que somos no presente.
Hora brilhantes, hora apagados. São mortais e dependentes de um artifício
qualquer, quase mágico, para se parecerem com as estrelas.
Vaga-lumes e
estrelas possuem certas distintas diferenças, muito embora se misturem na
escuridão de nossa limitada visão das coisas. Os primeiros são vivos, passíveis
da morte e logo sucumbem. As estrelas já morreram e permanecem lá, onde ninguém
sabe onde, brilhando perenes.
Perguntei a um vaga-lume o que o faz sentir-se
vivo e brilhante.
Ele disse: o sonho de me tornar uma estrela.
Victor Chaves
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