A característica de um relacionamento cármico consiste principalmente no
fato de que os parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais
como culpa, medo, dependência, ciúme, raiva ou algo do tipo.
Devido a essa “carga” de emoções não resolvidas, sentem-se atraídos um
pelo outro em uma outra encarnação. O objetivo do reencontro é proporcionar uma
oportunidade para se resolver o problema em questão.
Isto acontece recriando-se o mesmo problema em um curto espaço de tempo.
Quando se conhecem, os “jogadores” cármicos sentem uma compulsão de estar mais
perto um do outro, e depois de algum tempo, começam a repetir os padrões
emocionais dos seus antigos papéis.
Então, o palco está armado para que ambos enfrentem um antigo problema
de novo e talvez lidem com ele de uma forma mais iluminada.
O propósito
espiritual do reencontro, para ambos os parceiros, é que eles
façam escolhas diferentes das que fizeram naquela vida passada.
Um encontro carmático pode ser reconhecido pelo fato de que a outra
pessoa imediatamente lhes parece estranhamente familiar.
Com muita frequência há também uma atração mútua, uma urgência “no ar”,
que os impulsiona a estar juntos e descobrir um o outro.
Se a oportunidade estiver disponível, essa forte atração poderá se
transformar num relacionamento amoroso ou
numa intensa paixão. As emoções que experimentamos podem ser tão avassaladoras,
que acreditamos encontrar a “alma gêmea”. No entanto, as coisas não são o que
parecem.
Sempre haverá problemas em uma relação como essa, que virão à tona mais
cedo ou mais tarde.
Geralmente os parceiros acabam envolvendo-se num conflito psicológico,
cujos ingredientes principais são poder, controle e dependência.
Desta forma, eles repetem uma tragédia que o seu subconsciente reconhece
de uma vida anterior. Numa vida passada, podem ter sido amantes, pai e filho,
patrão e funcionário, ou algum outro tipo de relacionamento.
Mas sempre tocaram uma ferida interna profunda
um do outro, através de atos de infidelidade, abuso de poder ou, de um outro
lado, uma afeição muito forte.
Houve um encontro emocional profundo entre eles, que provocou cicatrizes
profundas e trauma emocional. É por isso que as forças de atração, assim como as de repulsão, podem ser
tão violentas quando eles encontram-se novamente em uma outra encarnação.
O convite espiritual para todas as almas que estão enredadas desta
forma é que cada um deixe o outro ir e torne-se uma “entidade em si mesma”,
livre e independente.
Relacionamentos cármicos quase nunca são duradouros, estáveis e
amorosos. São relacionamentos muito mais destrutivos do que curadores.
Com muita frequência, o propósito básico do encontro é que ambos
consigam se desapegar do outro. Isto é algo que não pôde ser feito
em uma ou mais vidas passadas, mas agora existe uma nova oportunidade para que
cada um libere o outro com amor.
Inclusive, percebam que é muito mais frequente que as emoções intensas
estejam relacionadas com dor profunda do que com amor mútuo.
A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e
inspiradora. Não é pesada, cansativa nem trágica.
O carma que está em jogo em
relacionamentos, como os mencionados anteriormente, geralmente requer que nos
desapeguemos completamente um do outro, que nos afastemos de tais
relacionamentos, para que possamos ser completos em nós mesmos.
Uma outra pessoa pode tocar ou disparar algo em nós, como um gatilho,
criando um drama entre ambos. Mas a tarefa e o desafio exclusivos de cada um
continua sendo lidar com sua própria ferida interna e não com as questões da
outra pessoa. Cada um tem responsabilidade apenas por si mesmo.
É importante entender isto, porque esta é uma das principais armadilhas
nos relacionamentos.
Muitas vezes, ficamos tão ligados à criança interior do outro – à parte
emocionalmente ferida de dentro dele – que sentimos que temos que resgatá-lo.
Não somos responsáveis pelo nosso parceiro e ele não é responsável por
nós. A solução de nossos problemas não está no comportamento da outra pessoa.
Pamela
Kribbe
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