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sexta-feira, 29 de junho de 2012

NÃO É O QUE ACONTECE, É COMO VOCÊ VÊ O QUE ACONTECE...

Conta a lenda que os alquimistas da Idade Média eram pessoas capazes de transformar o chumbo em ouro: belo trabalho se você conseguir! De certo modo, todos nós precisamos ser alquimistas para ver além das aparências superficiais. Nosso desafio cotidiano consiste em enfrentar situações que parecem infelizes – perder o avião, acidentes de carro, divórcios, garçons mal-educados – e transformá-las em intervalos felizes. Isso significa que você deve rezar para quebrar a perna? Não, mas se tal coisa acontecer, trate de encontrar uma oportunidade dentro do “desastre”. Aí você pergunta: “que bem isso pode me fazer?”... E eu respondo: você passa a viajar no ônibus da vida em vez de empurrá-lo... À medida que você para de reagir com pavor ante o inesperado, torna-se mais equilibrado e passa para uma posição de poder.


Enquanto você acreditar que alguma coisa em sua vida é um desastre, isso resultará num desastre contínuo. Digamos que você se divorciou recentemente e imagina que sua vida está arruinada. Enquanto acreditar nisso, será assim. Digamos que você é demitido aos 50 anos e chega à conclusão de que o seu tempo já passou. Enquanto acreditar nisso, assim será. Ou seja: enquanto a sua atitude for negativa, você não fará nada para melhorar de vida... Enquanto você enxergar somente o desastre, atrairá mais desastres... Os acontecimentos se darão conforme as suas expectativas. Mas, no minuto que você mudar de crença sobre a situação, seus pensamentos diferentes atrairão pessoas diferentes e novas oportunidades...


A vida deve ser divertida! Os pássaros acordam todos os dias cantando. Os bebês riem sem nenhum motivo. Observe os golfinhos, os cachorros... quem disse que a vida não tem graça? O universo é brincalhão. Se você herdou a idéia de que a vida não foi feita para ser divertida, compreenda o que isso significa: é apenas uma crença da qual você pode descrer.


Em poucas palavras: os “desastres” da vida não são propriamente desastres, são situações que esperam que você mude de atitude.

Andrew Matthews, no livro "Siga seu coração"

A LIÇÃO DO SKATE

Eu vi o tempo escorrendo pelo ralo das lamentações.
Meus olhos ainda cheio de lágrimas não entendiam.
A vida ali, mostrando-me a necessidade da mudança.
E eu parado, olhando para o problema que me afligia.
Até que a situação ficou insustentável e o coração apertado.
Busquei ajuda em todos os lados, e nada me consolava.
Na verdade, nenhuma terapia adiantava.
Tudo simplesmente se agravava.


Até que numa manhã de um dia qualquer, vi uma pessoa que só tinha o dorso,
se arrastando em cima de um skate.
Pedia licença, e não um favor, para seguir para o trabalho distante.
Horrorizado com a minha própria fraqueza.
Sentei-me na calçada e chorei.


Senti uma mão no meu ombro, e alguém perguntando.
Se poderia me ajudar com alguma coisa.
Era aquela pessoa em seu skate que voltara, só para me ajudar.


Perguntei-lhe então, onde arrumava tanta disposição?
Como enfrentar a vida naquela situação?
Ele me olhou nos olhos e disse.
- Tudo provém de Deus.
Se eu me revoltar, me revolto contra Ele.
Se eu me desesperar, me desespero contra Ele.
Se eu parar, desrespeito Ele.
Se eu não fizer pelo menos o possível para a minha situação, como poderei esperar o impossível?


Irmão, sinto a sua aflição.
Levanta, caminha e segue por um novo rumo.
Se esta estrada não te levar onde quer chegar, experimente a outra, ou aquele atalho lá longe.
Só não pare para se lamentar.
O tempo não apita na curva, não faz como o trem.
Simplesmente passa, simplesmente vem.
Siga em paz.

Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 28 de junho de 2012

PERMITIR...

Eu me permiti ser feliz.
E vivi um delicioso sonho de amor.
Acabou, mas ficou a marca da felicidade.
Deixou o gostinho de quero mais.
E do amor, não me afasto jamais.


Eu me permiti viver a esperança.
Cuidando do futuro de uma criança.
Escola, carinho, brincadeiras e muita compreensão.
Ela cresceu, o mundo girou, ela se foi.
Ficou a certeza do dever cumprido e o laço eterno.
Somos mais do que uma família, somos partes do mesmo corpo.


Eu me permiti trabalhar com determinação.
Por não aceitar migalhas e nem fazer corpo-mole.
Cresci nos cargos e tive uma grande evolução.
Sai daquela empresa, mas em mim ficou;
a certeza do dever cumprido e muito aprendizado.
Na cadeira vazia que deixei, uma marca não se apaga:
a do trabalho bem realizado que por si só já fala.


Eu me permiti viver uma grande amizade.
Dediquei meu tempo e laços foram estabelecidos.
Houve quem traiu e sumiu.
Mas restou no peito a certeza de que amigos são eternos.
Traições são passageiras, visões distorcidas de nossas frustrações.
Em toda amizade fica um perfume de eternidade.


Por fim, eu me permiti perdoar a tudo e a todos sem limites.
Descobri que a vida é uma estrada longa, ainda que passageira.
Onde quem carrega o maior fardo é aquele que leva mágoas.
Peso desnecessário na estrada da vida.
Dor incontida, raiva mal resolvida.
Peso que deixei no canto de uma rua esquecida.
Para lembrar apenas que eu sou o dono da minha vida.
E que no meu coração, só o amor ocupa espaço.


Assim sigo livre, leve e sempre pronto para o que der e vier.
Porque eu me permito, viver cada dia como se fosse o último.
E se for, levo comigo a certeza de que aprendi a grande lição:
o amor é a chave que liberta, nos dá asas para voar pela eternidade.
caminho único e real para a felicidade.


Paulo Roberto Gaefke

SINTA-SE UMA PESSOA VIVA!

Ao longo da vida, vamos descobrindo aos poucos, pequenas coisas que nos dão certo prazer – mas, talvez, "prazer" não seja a palavra mais adequada... Afinal, são coisas que, além do prazer, nos fazem sentir que somos uma pessoa viva. Por exemplo: quando alguém atinge alguma conquista – como um carro novo.


Você já notou como essa pessoa o dirige no primeiro dia com ele nas mãos? É de maneira diferente, curtindo em profundidade aquele momento; um momento que faz com que a pessoa se sinta especial... Um momento que parece fazer com que aquela pessoa fique mais viva do que nunca.


É isso! Parecer uma pessoa mais viva do que nunca, sentir-se uma pessoa viva... Isso só é possível quando encontramos momentos mágicos que podem estar ao nosso alcance. E esses momentos não precisam ser, necessariamente, a aquisição de um desejo material. Pode ser um simples elogio recebido, uma frase dita na hora certa, ou até mesmo a chegada mais rápida do elevador naquele momento em que você estava com muita pressa.


Por isso, preste muita atenção a tudo de bom que acontece com você e festeje, porque aquele é o seu momento especial. E mais: relacione todas as coisas que despertam em você aquela sensação de “me sinto tão bem fazendo isso...” , e depois, faça essas coisas!


Você pode, você deve, você precisa. Afinal de contas, você merece se sentir uma pessoa viva, pois é para isso que estamos aqui: para viver e nos sentirmos vivos!


César Romão, no livro "Tudo vai dar certo"

NÃO TENHA PRESSA...

Não apresse a chuva, ela tem seu tempo certo de cair e saciar a sede da terra...
Não apresse o por do sol, ele tem seu tempo de anunciar o anoitecer até seu último raio de luz...
Não apresse a tua alegria, ela tem seu tempo certo para aprender com a tua tristeza...
Não apresse o teu silêncio, ele tem seu tempo de paz após o barulho cessar...
Não apresse o teu amor, ele tem seu tempo de semear mesmo nos solos áridos do teu coração...
Não apresse a tua raiva, ela tem seu tempo para diluir-se nas águas mansas da tua consciência...
Não apresse o outro, ele tem seu tempo certo para florescer aos olhos do Criador...
Não apresses a ti mesmo, pois precisas de tempo para sentir tua própria evolução...
Não apresses o rio, ele corre sozinho e sabe vencer os obstáculos que lhe aparecem pela frente ora com sua suavidade ou com sua força, depende da ocasião... Aprenda com ele!!!

POR PLANEJAMENTO OU OMISSÃO...

Por princípio, todas as coisas são criadas duas vezes, mas nem todas as primeiras criações acontecem por vontade consciente. Em nossa vida pessoal, se não aprimoramos a autoconsciência e nos tornamos responsáveis pelas primeiras criações, transferimos a outras pessoas o poder e as condições de determinar grande parte de nossa vida – e por pura omissão!


Assim, vivemos de modo reativo os papéis designados para nós por nossa família, companheiros de trabalho, agendas alheias e pressões das circunstâncias. São papéis que se originaram na nossa infância, no nosso treinamento e no nosso condicionamento. Eles vêm de pessoas, não de princípios; e se apóiam em nossas maiores fraquezas, em nossa profunda tendência para depender dos outros e em nossa necessidade de aceitação, amor, de sentir que somos importantes, queridos e valorizados.


Quer você tenha noção disso, ou não, quer você controle isso, ou não, existe uma primeira criação em todos os setores de sua vida. Você é a segunda criação do seu planejamento, ou então a segunda criação das receitas dos outros, ou das circunstâncias, ou dos hábitos passados.


Os dons exclusivamente humanos – como a autoconsciência, a imaginação e a consciência, é que permitem a você observar suas primeiras criações, e possibilitam a você assumir o controle de sua própria criação mental, escrevendo o seu próprio papel.


Stephen R. Covey, no livro "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes"

NÓS GRAVITAMOS NA DIREÇÃO DE NOSSOS PENSAMENTOS DOMINANTES...

Vamos examinar como aquilo que se encontra em sua mente afeta o que acontece em sua vida. Talvez um dos princípios mais importantes com o qual você sempre vai se deparar a respeito de sua mente seja o de que você sempre gravita na direção daquilo que pensa com mais frequência. Quantas vezes você não se viu exatamente na situação pela qual você disse que não queria passar? Você disse: “se há uma coisa que eu não quero que aconteça... se há uma pergunta que eu não quero que me façam... se há um erro idiota que eu não quero repetir...” E adivinhe o que aconteceu? Aconteceu exatamente tudo o que você não queria.


O princípio aqui é: “pense muito sobre alguma coisa e você atrairá aquilo para si”. Mesmo que você esteja pensando em algo que não quer. Isso acontece porque sua mente se move em direção às coisas, e nunca para longe delas. Essa consciência de como nossa mente funciona nos leva a considerar melhor aquilo que dizemos a nós mesmos e aos outros... porque nossa mente funciona com imagens.


Quando você diz a si mesmo: “eu não quero esquecer meu livro”, você instala na mente a imagem do objeto sendo esquecido... Já quando você diz: “eu quero me lembrar do livro”, formará uma imagem mental de si mesmo lembrando-se do livro e terá muito mais chance de se lembrar dele. Sua mente simplesmente não pode e não vai funcionar ao contrário de uma idéia.


Assim sendo, quando o treinador de futebol grita para um jogador: “Não erre o pênalti!”, ele está pedindo para ter problemas!... O jogador de tênis que vence os grandes torneios é o jogador que está sempre pensando: “eu quero este ponto. Este é meu!”. Já o indivíduo que perde a partida é aquele que pensa: “É melhor eu não perder este ponto”!


Em poucas palavras: o pensamento positivo funciona porque os pensadores positivos lidam com aquilo que querem. Desse modo, eles gravitam necessariamente na direção de seus objetivos. Pense sempre naquilo que você quer!


Andrew Matthews, no livro "Seja Feliz"

quarta-feira, 27 de junho de 2012

NEM TUDO É FÁCIL...

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas…
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o…
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga…
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça…
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o…
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida…Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!


Cecília Meireles

terça-feira, 26 de junho de 2012

ENCONTRE A PAZ...

"Se tu, Senhor, observares as iniquidades, Senhor, quem subsistirá? Mas contigo está o perdão, para que sejas temido" Salmos 130.3-4


Quando o príncipe Charles visitou San Diego, EUA, em março de 1974, um homem de 73 anos de idade se aproximou dele e se identificou como Walter Talbot.


Ele confessou ser um desertor e disse que queria se render.


A história de Talbot é a seguinte: Em 1920, o príncipe de Wales naquela época, rei Edward VIII, visitou Montreal, Canadá, com sua frota de navios.


O então jovem marinheiro Talbot, de 19 anos, desertou de um navio que acompanhava o rei, o MS Calcutta, e fugiu para Nova Iorque.


Entrou para a marinha norte-americana, foi dispensado, e depois se alistou novamente para lutar ao lado dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.


Em todos esses anos, porém, jamais esqueceu sua terra natal e ansiava pelo retorno.


Quando se rendeu, ele declarou: "Quero colocar meu passado em ordem antes que seja tarde demais".


Por quase dois meses, seu caso foi investigado pelo consulado britânico.


Finalmente, Walter foi informado de que ele havia sido dispensado com honra.


Isso significa que Talbot fora perdoado e, após 54 anos, pôde voltar ao seu país de origem.


Muitos ouviram o Evangelho na infância e receberam o Senhor Jesus como seu Salvador e Senhor.


A maioria, porém, se distanciou dEle ao crescer.


Por um tempo se sentiram seguros na calorosa atmosfera da fé cristã, mas depois "desertaram".


Ocasionalmente, anelam pelo lar espiritual.


Tais desertores podem ficar seguros de que Deus espera por eles e está pronto a perdoá-los.


Mas é preciso ter a mesma atitude de Talbot: "Quero colocar meu passado em ordem antes que seja tarde demais".


Temos de remir o tempo, pois nunca saberemos quando será tarde demais!


Walter Talbot

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O VERDADEIRO AMOR...

"O Amor...Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha..." I Corintios 13.7,8


Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.


O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte história :


" - Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia a escada para preparar o café e sofreu um enfarto.
Meu pai correu até ela, levantou-a como pode e quase se arrastando, a levou até à caminhonete.
Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta.
Durante o Velório, meu pai não falou.
Ficava o tempo todo olhando para o nada.
Quase não chorou.
Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.
Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo,
passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção :"


" - Meus filhos, foram 55 bons anos...
Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é o compartilhar a vida com alguém por tanto tempo."


Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou


" - Ela e eu tivemos juntos muitas crises.
Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade.
Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam.
Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos erros...
Filhos, agora ela se foi e eu estou contente.
E vocês sabem por quê ?
Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso.
Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim..."


"- Quando meu pai terminou de falar, meus irmão e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo :"


"- Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa."


E por fim o professou concluiu :


"- Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor.
Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas."
Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar.
Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.
O verdadeiro AMOR se revela nos pequenos gestos,
no dia a dia e por todos os dias.
O verdadeiro AMOR não é egoísta, nem é presunçoso,
nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.


"QUEM CAMINHA SOZINHO PODE ATÉ CHEGAR MAIS RÁPIDO,
MAS AQUELE QUE VAI ACOMPANHADO, COM CERTEZA CHEGARÁ MAIS LONGE."

sexta-feira, 22 de junho de 2012

DETERMINE E VENÇA!

Entre os caminhos floridos dos seus sonhos,
e os espinhos pesados da realidade.
Existe uma margem por onde podemos avançar em segurança.
É a determinação que colocamos em cada sonho,
é a força de adulto com a inocência da criança.

Nesse misto de "tudo posso" com "vou experimentar",
nasce uma força incrível que leva vários nomes:

- os filósofos chamam de "Superação Humana";
- os invejosos, de pura sorte;
- os maledicentes, de sorte de principiante;
- os religiosos, de milagre.

Já a vida, essa Sábia instrutora chama essa conquista de Mérito.
Ou seja, ela reconhece em você capacidades para conquistar o que deseja.

Talvez, neste dia onde o Sol ilumina e a chuva refresca,
tudo o que você precisa é acordar dentro de você,
essa pessoa que a Vida conhece e sabe que merece mais.

E, que talvez esteja deitada em meio aos problemas,
afundada em preocupações excessivas e inúteis.
Esteja esperando uma mão milagrosa e salvadora que não virá.

A salvação está ai dentro de você!
Esperando um gesto de mudança para despertar uma fera.
Uma fera capaz de conquistar o mundo que deseja.
Com atitudes vencedoras no caminho do sucesso.
Levante a cabeça e olhe para o mundo.
Com um sorriso no rosto e uma esperança no coração.
Deus te entrega o monte para que você o conquiste,
com a palma da sua mão.


Paulo Roberto Gaefke

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SEU SEGREDO, SEM SEGREDOS...

Para você ler agora, e sempre que precisar.


Sem que ninguém nos ouça,
fala aqui pra mim em segredo:
- O que é que você tem pensando de você?
Qual é o pensamento que domina a sua cabeça nesses dias?


Pergunto porque tem dias, que mesmo o artista mais bonito do cinema, acorda irritado e sentindo-se um lixo.
Mas, logo passa, e ele volta a sua realidade.


O que é preocupante é a tal da "realidade distorcida".
Funciona assim: a gente entra num círculo de coisas ruins.
Ou coisas que achamos ruins, não entendemos ou não gostamos.
E passamos a acreditar que tudo é nossa culpa.
É porque não temos isso, porque nos falta aquilo.
E vamos colocando coisas negativas na cabeça e na vida.


É como se nos transformássemos em "caminhão de lixo"
e por onde passamos, vamos recolhendo sacos e sacos de lixo.
E, é claro, uma hora, tudo começa a feder...


Por isso, eu te pergunto e você não precisa responder pra mim.
Vá até um banheiro, ou no seu quarto, diante de um espelho,
olhe-se nos olhos e diga o que você acha de você?


Seus pensamentos são agradáveis?
Seus olhos refletem paixão pela vida?
Sua boca é segura ou está trincada para não desabar em choro?
Agora repita sem pressa:
- Puxa, como eu me amo!
E me aceito assim mesmo, do jeitinho que eu sou.
Bote um sorriso no rosto.
Espere alguns segundos e repita:
- Como eu me amo!
E me aceito assim mesmo, do jeitinho que eu sou.


Deixe essa ternura entrar no seu espírito e tomado de um profundo respeito pela pessoa que você vê no espelho, mude todos os seus pensamentos.


• Tudo o que dava errado agora vai dar certo.
• Eu mereço a felicidade.
• Eu sou a prosperidade.
• Eu tenho saúde e alegria para dar vender.
• Eu tenho paz na minha vida e sucesso no meu trabalho.
• Sou uma pessoa muito amada!


Encha-se de bons pensamentos, mas principalmente, de bons sentimentos.
E ainda que uma lágrima teimosa queira melar o bom pensamento e lavar a sua intenção, não se deixe levar pela aparência das coisas: tudo que é ruim é ilusão.
Só o bem é real.
Você é real e fundamental para o bem estar desse planeta.
A partir de agora, desse momento, tudo vai dar muito certo.
Acredite, é só começar e a sua vida vai mudar.
Eu acredito em você, acredite também.


Paulo Roberto Gaefke

ALÉM DA VIDA...



Além da Vida (After.Life) - 2010

Depois de um horrível acidente de carro, Anna (Christina Ricci) acorda e vê-se numa funerária onde o diretor da mesma, Eliot Deacon (Liam Neeson) está preparando o seu corpo para o funeral. Confusa, assustada e ainda viva, Anna não acredita que está morta, apesar de Eliot lhe assegurar que ela está apenas transitando para o outro lado. Eliot convence-a que possui a habilidade de falar com os mortos e é o único que a pode ajudar na travessia para o outro lado.

ESTACA MENTAL...

Uma caravana de camelos atravessava o deserto. Chegou a hora do descanso e o cameleiro preparava-se como habitualmente para prender os camelos às estacas, quando verificou que faltava uma estaca.


Não sabendo como resolver o problema, perguntou ao mestre da caravana:


- Mestre, falta-me uma estaca para um camelo. Como fazer?
- Não terás problema. Eles estão tão habituados a ficar presos que, se tu fingires que atas o camelo com a corda, ele pensará que está preso e nem sequer tentará sair do lugar.


O cameleiro assim fez e o camelo ali ficou toda a noite.


No dia seguinte, quando se preparavam para partir, o mesmo camelo simplesmente recusou-se a sair do lugar, mesmo quando o cameleiro o puxava com toda a força. Sem saber que atitude tomar, dirigiu-se de novo ao mestre, contando-lhe o sucedido.


- Homem, respondeu-lhe o mestre. Que fizeste ontem? Não fingiste que o ataste à estaca? Então faz o mesmo hoje. Finge que o desamarras.


O camelo, mal o cameleiro fingiu que o desatava da estaca imaginária, recomeçou a caminhada.


Moral da história: Muitas vezes não avançamos devido às nossas “estacas mentais”. É o desconforto da acomodação.

NUNCA PARE DE PENSAR...

Se existe uma coisa cruel na vida da gente, é ficar de braços cruzados esperando que as coisas se resolvam. Isto cria na mente uma paralisia tão aguda que nos leva a viver várias tempestades mentais, distúrbios que geram um estresse gigantesco.


Quando paramos de pensar, deixamos de oxigenar nossas idéias, ficamos sem rumo, sem ter a menor chance de empreender qualquer tipo mudança, ou seja, tornamo-nos analfabetos da vida. Quando isso acontece, esquecemos de mudar o nosso presente e o nosso futuro.


O pensamento precisa ser exercitado todos os dias e todas as horas. Jamais deixe de usar este instrumento maravilhoso que é a sua mente. Ele é rico, poderoso, prodigioso e consegue transformar tudo à sua volta. Basta você querer.


Adonai Zanoni de Medeiros - Conferencista e Consultor

CONVIVER COM PERDAS...

Você sabe o que separa o fracasso do sucesso? Apenas uma linha fina e imaginária. Isso mesmo, assim como ódio e amor, sol e lua, o sucesso e fracasso andam muito próximos.


Na verdade, o fracasso é a oportunidade de começar inteligentemente outra vez. Para que possamos entender este processo de crescimento, precisamos conviver com as perdas. As perdas possuem um significado muito interessante em nossas vidas, pois, por incrível que pareça, diante delas é que damos um valor incrível para as coisas, ou seja, o verdadeiro valor.


Mas um detalhe merece ser evidenciado: jamais fique se cobrando pelas perdas ocorridas no passado. Apenas aprenda com elas, pois muitos paradigmas no mundo serão quebrados. Pense nisso e seja muito feliz.


Adonai Zanoni de Medeiros- Conferencista e Consultor

A VIDA É ASSIM MESMO...

Certa vez, uma senhora foi convidada para uma festa, destas beneficentes, de incentivo à participação e ajuda mútua. Para isso, são oferecidos prêmios de alto valor. Neste caso, era um anel de brilhante com valor estimado em aproximadamente R$ 15.000,00. Durante todo o evento, esta senhora torcia para que o seu número fosse o sorteado, o que não ocorreu.

De volta ao seu sítio, na manhã seguinte, ainda indignada, saiu para dar as ordens do dia ao seu Zé, um homem quieto, trabalhador, humilde e muito simples, porém observador. Zé logo percebeu que sua patroa não estava muito bem naquela manhã, e perguntou:

- O que aconteceu que a senhora está irritada, dona?

Ela respondeu que havia ido a uma festa beneficente na cidade na noite anterior e que tinha um anel de brilhante como prêmio, e quem ganhou foi uma das mulheres mais ricas da cidade. O seu Zé parou, olhou fixo para o mato que capinava, olhou novamente para o céu e, de repente, disse:

- É, dona, a vida é assim mesmo: todo rio vai para o mar, e pra quê? Pra que ele vai para o mar se lá já tá tão cheio de água, e não precisa mais?


A vida é assim mesmo! Os que mais têm, mais recebem. Mas todos recebemos alguma coisa, na "pior" das hipóteses um aprendizado, e a observação que podemos canalizar e oportunizar nossos dons para que possamos receber muito mais. Pois o pouco qualquer um tem ainda assim poderá lhe ser tirado, e aquele que tudo tem, se tiver fé, a este muito mais lhe será acrescentado.

Paulo Roberto Kroich Gomes

quarta-feira, 20 de junho de 2012

SOU CAMALEÃO - NÃO SEI CHORAR...

Eu cresci, amadureci, envelheci e não aprendi algumas coisas na vida. Entre elas, a lidar com os momentos de perdas, seja lá do que for. Mas a vida não poupa ninguém e assim fui perdendo coisas, porque perder não depende de mim. Perdi as minhas idades, algumas felicidades, algumas pessoas queridas, amores que eram para sempre, perdi até saúde por sofrer por bobagem. Já até me perdi de mim mesma... Confesso, perder não é fácil para mim.
Não sei chorar e na perda a dor da minha alma borbulha em minhas veias até me sufocar. Por sorte, nunca perdi a memória, mas nos momentos das perdas, como não gosto de reviver histórias para não entregar a dor o troféu da vitória, aprendi a virar camaleão. Eu sou um camaleão e mudo de cor.
Tenho esse jeito meio esquisito só pra esconder a minha dor. Se a tristeza tenta me fazer chorar, sufoco o meu grito, finjo um sorriso para que minhas palavras não se façam em movimentos bruscos e os meus sentimentos não me atropelem. Não gosto de me machucar, odeio machucar alguém. Sou camaleão. Levanto a cabeça e deixo o corpo preso nas paredes. Busco o sol às avessas. Se tenho medo, mudo de lugar, fico quieta até o medo passar. E nesse meu coração disparado, que vive atropelado pelos sonhos e a razão, a loucura tem o seu cativo lugar e me inventa mil razões para eu continuar a caminhar.


Rosa Berg

O VALOR DA VIDA...

UMA ENTREVISTA RARA DE FREUD
-Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade.


Quem fala é o professor Sigmund Freud, o grande explorador da alma. O cenário da nossa conversa foi uma casa de verão no Semmering, uma montanha nos Alpes austríacos.


Eu tinha visto o pai da psicanálise pela última vez em sua casa modesta na capital Austríaca. Os poucos anos entre minha última visita e a atual multiplicaram as rugas na sua fronte. Intensificaram a sua palidez de sábio. Sua face estava tensa, como se sentisse dor. Sua mente estava alerta, seu espírito, firme, sua cortesia, impecável como sempre, mas um ligeiro impedimento da fala me assustou.


Parece que um tumor maligno no maxilar superior necessitou ser operado. Desde então Freud usa uma prótese, para ele causa de constante irritação.
-Detesto o meu maxilar mecânico, porque a luta com o aparelho me consome tanta energia preciosa. Mas prefiro um maxilar mecânico a maxilar nenhum. Ainda prefiro a existência à extinção. Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que o fardo que carregamos.


Freud se recusa a admitir que o destino lhe reserva algo especial.


-Porque - disse calmamente - deveria eu esperar um tratamento especial? A velhice, com suas agruras, chega para todos. Atinge uma pessoa aqui, outra ali. Seus golpes sempre alcançam um ponto vital. A vitória final pertence ao Verme Conquistador.


"Out - out are the ligths - out all!
And over each quivering form
The curtain, a funeral pall
Comes down, with the rush of a storm
And the angels, all palid and wan,
Uprising, unveiling, affirm
That the play is the tragedy "Man",
And its hero the Conqueror Worm."


("Apagam-se, apagam-se as luzes - todas!/ E sobre cada forma trêmula/ Cai a cortina, um pano mortuário/ Com um ímpeto de tempestade/ E os anjos, pálidos e lânguidos,/ Erguendo-se, desvelando-se, afirmam/ Que a peça é a tragédia "Homem"/ E o seu herói, o Verme Conquistador.").


"Eu não me rebelo contra a ordem universal. Afinal, vivi mais de setenta anos. Tive o bastante para comer. Apreciei muitas coisas - a companhia de minha mulher, meus filhos, o pôr-do-sol. Observei as plantas crescerem na primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu. Que mais posso querer?"
-O senhor teve a fama - disse eu. - Sua obra influi na literatura de cada país. O homem olha a vida e a si mesmo com outros olhos, por causa do senhor. E recentemente, no seu septuagésimo aniversário, o mundo se uniu para homenagea-lo - com exceção da sua própria universidade!


-Se a Universidade de Viena me demonstrasse reconhecimento, eu ficaria embaraçado. Não há razão porque deveriam aceitar a mim e a minha obra porque tenho setenta anos. Eu não atribuo importância insensata aos decimais. A fama chega apenas quando morremos e, francamente, o que vem depois não me interessa. Não aspiro à glória póstuma. Minha modéstia não é virtude.
-Não significa nada o fato de que o seu nome vai viver?


-Absolutamente nada, mesmo que ele viva, o que não é certo. Estou bem mais preocupado com o destino de meus filhos. Espero que a vida deles não venha a ser difícil. Não posso ajudá-los muito. A guerra praticamente liquidou com minhas posses, o que havia poupado durante a vida. Mas posso me dar por satisfeito. O trabalho é minha fortuna.


en la foto de la izquierda Freud con los padres y hermanos etc.
en la de la derecha con su madre y su esposa
Estávamos subindo e descendo uma pequena trilha no jardim da casa. Freud acariciou ternamente um arbusto que floria.


-Estou muito mais interessado neste botão do que no que possa acontecer depois de morto.


-Então o senhor é, afinal de contas, um profundo pessimista?


-Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples da vida.


-O senhor acredita na persistência da personalidade após a morte, de alguma forma que seja?


-Não penso nisso. Tudo que vive perece. Porque deveria o homem constituir uma exceção?


-Gostaria de retornar em alguma forma, de ser resgatado do pó? O senhor não tem, em outras palavras, desejo de imortalidade?


-Sinceramente, não. Se reconhecemos os motivos egoístas por trás de toda conduta humana, não temos o mínimo desejo de voltar. A vida, movendo-se num círculo, seria ainda a mesma. Além disso, mesmo se o eterno retorno das coisas, para usar a expressão de Nietzsche, nos dotasse novamente do nosso invólucro carnal, para que serviria isso, sem memória? Não haveria elo entre passado e futuro. Pelo que me toca, estou perfeitamente satisfeito em saber que o eterno aborrecimento de viver finalmente passará. Nossa vida é necessariamente uma série de compromissos, uma luta interminável entre o ego e seu ambiente. O desejo de prolongar a vida excessivamente me parece absurdo.


-O senhor desaprova as tentativas de seu colega Steinach, de prolongar o ciclo da existência humana?


-Steinach não tenta prolongar a vida. Ele apenas combate a velhice. Recorrendo ao reservatório de energia em nosso próprio corpo, ele ajuda os tecidos a resistir à doença. A operação de Steinach detém acidentes biológicos molestos, como o câncer em estágios iniciais. Torna a vida mais viável: não a torna mais digna de ser vivida. Não há motivo para desejar viver mais longamente. Mas há todo motivo para desejar viver o menor desgosto possível. Eu sou razoavelmente feliz, porque sou grato pela ausência de dor e pelos pequenos prazeres da vida, pelos meus filhos e por minhas flores.


-Bernard Shaw sustenta que vivemos muito pouco - disse eu. - Ele acha que o homem pode prolongar a vida, se assim desejar, levando sua vontade a atuar sobre as forças da evolução. Ele crê que a humanidade pode reaver a longevidade dos patriarcas.


-É possível, respondeu Freud, que a morte em si não seja uma necessidade biológica. Talvez morramos porque desejamos morrer. Assim como amor e ódio por alguém habitam nosso peito ao mesmo tempo, assim também toda vida conjuga o desejo de manter-se e um anseio pela própria destruição. Do mesmo modo como um pequeno elástico esticado tende a assumir a forma original, assim também toda matéria viva, consciente ou inconscientemente, busca readquirir a completa e absoluta inércia da existência inorgânica. O impulso de vida e o impulso de morte (life-wish and death-wish) habitam lado a lado dentro de nós.


-A morte é a companheira do amor - prosseguiu Freud - Juntos eles regem o mundo. Isso é o que diz meu livro Além do Princípio do Prazer. No começo a psicanálise supôs que o amor tinha toda a importância. Agora sabemos que a Morte é igualmente importante.


"Biologicamente , todo ser vivo, não importa quão intensamente a vida queime dentro dele, anseia pelo Nirvana, pela cessação da "febre chamada viver", anseia pelo seio de Abraão. O desejo pode ser encoberto por digressões. Não obstante, o objetivo derradeiro da vida é a sua própria extinção."
-Isso - exclamei - é a filosofia da autodestruição . Ela justifica o auto-extermínio. Levaria logicamente ao suicídio universal imaginado por Eduard von Hattmann.


-A humanidade não escolhe o suicídio, porque a lei do seu ser desaprova a via direta para o seu fim. A vida tem que completar o seu ciclo de existência. Em todo ser normal, o impulso de vida é forte o bastante para contrabalançar o impulso da morte, embora no final esta resulte mais forte. Podemos entreter a fantasia de que a Morte nos vem por nossa própria vontade. Seria possível que pudéssemos vencer a Morte, não fosse por aliado dentro de nós.
"Neste sentido" , acrescentou Freud com um sorriso, "pode ser justificado dizer que toda morte é suicídio disfarçado".


Estava ficando frio no jardim. Prosseguimos a conversa no gabinete.
Vi uma pilha de manuscritos sobre a mesa, com a caligrafia clara de Freud.
-Em que o senhor está trabalhando?


-Estou escrevendo uma defesa da análise leiga, da psicanálise praticada por leigos. Os doutores querem tornar a análise ilegal para os não - médicos. A História, essa velha plagiadora, repete-se após cada descoberta. Os doutores combatem cada nova verdade no começo; depois procuram monopolizá-la.
-O senhor teve apoio dos leigo?


-Alguns dos meus melhores discípulos são leigos.


-O senhor está praticando muito a psicanálise?


-Certamente. Nesse momento estou trabalhando num caso muito difícil, tentando desatar os conflitos psíquicos de um interessante novo paciente. Minha filha também é psicanalista, como você vê...


Nesse ponto apareceu Miss Anna Freud acompanhada por seu paciente, um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxãs.
-O senhor já analisou a si mesmo?


-Certamente. O psicanalista deve constantemente analisar a si mesmo. Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros. O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus. Os outros descarregam seus pecados sobre ele. Ele deve praticar sua arte à perfeição, para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.


-Minha impressão - observei - é de que a psicanálise desperta em todos os que a praticam o espírito da caridade cristã. Nada existe na vida humana que a psicanálise não possa nos fazer compreender. "Tout comprendre, câ est tout pardonner".


-Pelo contrário! - esbravejou Freud, suas feições assumindo a severidade de um profeta hebreu. - Tudo compreender não é tudo perdoar. A psicanálise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que devemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado. A tolerância para com o mal não é de maneira alguma um colorário do conhecimento.


Compreendi subitamente porque Freud entrara em litígio com os seguidores que o haviam abandonado; ele não perdoa as dissenssões do caminho reto da ortodoxia psicanalítica. Seu senso do que é direito é herança de seus ancestrais. Uma herança de que ele se orgulha como se orgulha de sua raça.
-Minha língua - ele explicou - é o alemão. Minha cultura, minhas realizações são alemãs. Eu me considerava intelectualmente alemão, até que notei o crescimento do preconceito anti-semita na Alemanha e na Áustria alemã. Desde então prefiro denominar-me judeu.


Fiquei algo desapontado com essa observação. Parecia-me que o espírito de Freud deveria habitar as alturas, além de qualquer preconceito de raça, que deveria ser imune a qualquer rancor pessoal. No entanto, precisamente a sua indignação, a sua honesta ira, tornava-no mais atraente como ser humano. Aquiles seria intolerável, não fosse por seu calcanhar!


-Fico contente, Herr Professor, de que também o senhor tenha seus complexos, de que também o senhor demonstre que é um mortal.


-Nossos complexos - replicou Freud - são a fonte de nossa franqueza; mas com freqüência são também a fonte de nossa força.


-Imagino - observei - quais seriam os seus complexos!


-Uma análise séria - respondeu Freud - dura ao menos um ano. Pode durar mesmo dois ou três anos. Você está dedicando muitos anos de sua vida à "caça aos leões". Você procura sempre as pessoas de destaque para sua geração: Roosevelt, o Kaiser, Hindenburg, Briand, Foch, Joffe, Gerg Brandes, Gerhart Hauptmann e George Bernard Shaw...


-É parte do meu trabalho.


-Mas é também sua preferência. O grande homem é um símbolo. A sua busca é a busca de seu coração. Você está procurando o grande homem para tomar o lugar de seu pai. É parte de seu "complexo do pai".


Neguei veementemente a afirmação de Freud. No entanto, refletindo sobre isso, parece-me que pode haver uma verdade, ainda não suspeita por mim, em sua sugestão casual. Pode ser a mesma atração que me levou a ele.


-Gostaria - observei após um momento - de poder ficar aqui o bastante para vislumbrar meu coração através dos seus olhos. Talvez, como a Medusa, eu morresse de pavor ao ver minha própria imagem! Entretanto, receio ser muito informado sobre a psicanálise. Eu freqüentemente anteciparia, ou tentaria antecipar, suas intenções.


-A inteligência, num paciente - replicou Freud - não é um empecilho. Pelo contrário, às vezes facilita o trabalho.


Nesse ponto, o mestre da psicanálise diverge de muitos dos seus seguidores, que não gostam de excessiva segurança no paciente sob seu escrutínio.


-Às vezes imagino - questionei - se não seríamos mais felizes caso soubéssemos menos dos processos que dão forma a nossos pensamentos e emoções. A psicanálise rouba à vida seu último encanto, ao relacionar cada sentimento ao seu grupo original de complexos. Não nos tornamos mais alegres descobrindo que nós todos abrigamos em nossos corações o selvagem, o criminoso e o animal.


-Que objeção pode haver contra os animais? - replicou Freud. - Eu prefiro a companhia dos animais à companhia humana.
-Por quê?


-Porque são tão mais simples! Não sofrem de uma personalidade dividida, da desintegração do ego, que resulta da tentativa do homem de adaptar-se a padrões de civilização demasiado elevados para o seu mecanismo intelectual e psíquico. O selvagem, como o animal, é cruel, mas não tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a sociedade, pelas restrições que ela impõe. As mais desagradáveis características do homem são geradas por esse ajustamento precário a uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre nossos instintos e nossa cultura. Muito mais agradáveis são as emoções simples e diretas de um cão, ao balançar a cauda, ou ao latir expressando seu desprazer. As emoções do cão - acrescentou Freud pensativamente - lembram-nos os heróis antigos como Aquiles e Heitor.


-Meu cachorro - disse eu - é um doberman pinscher chamado Ajax.


Freud sorriu.


-Fico contente de que não possa ler. Ele certamente seria um membro menos querido da casa, se pudesse latir sua opinião sobre os traumas psíquicos e complexos de Édipo!


-Mesmo o senhor, professor, acha a existência complexa demais. No entanto parece-me que o senhor é em parte responsável pelas complexidades da civilização moderna. Antes que o senhor inventasse a psicanálise, não sabíamos que nossa personalidade é dominada por uma hoste beligerante de complexos muito questionáveis. A psicanálise fez da vida um quebra-cabeças complicado.


-De maneira alguma - respondeu Freud. - A psicanálise torna a vida mais simples. Adquirimos uma nova síntese depois da análise. A psicanálise reordena um emaranhado de impulsos dispersos, procura enrolá-los em torno do seu carretel. Ou, modificando a metáfora, ela fornece o fio que conduz a pessoa para fora do labirinto do seu inconsciente.


-Ao menos na superfície, porém, a vida humana nunca foi mais complexa. E a cada dia alguma nova idéia proposta pelo senhor ou por seus discípulos torna o problema da conduta humana mais intrigante e mais contraditória.


-A psicanálise, pelo menos, jamais fecha a porta a uma nova verdade.
-Alguns dos seus discípulos, mais ortodoxos do que o senhor, apegam-se a cada pronunciamento que sai da sua boca.


-A vida muda. A psicanálise também muda - observou Freud. - Estamos apenas no começo de uma nova ciência.


-A estrutura científica que o senhor ergueu me parece ser muito elaborada. Seus fundamentos, a teoria do "deslocamento", da "sexualidade infantil", do "simbolismo dos sonhos" etc. . , parecem permanentes.


-Eu repito, porém, que nós estamos apenas no início. Sou apenas um iniciador. Consegui desencavar monumentos soterrados nos substratos da mente. Mas ali onde eu descobri alguns templos, outros poderão descobrir continentes.


-O senhor ainda coloca ênfase, sobretudo no sexo?


-Respondo com as palavras do seu próprio poeta, Walt Whitman : "Mas tudo faltaria, se faltasse o sexo" ("Yet all were lacring, if Sex were lacring" ). Entretanto, já lhe expliquei que agora coloco ênfase quase igual naquilo que está "além" do prazer, a morte, a negação da vida. Esse desejo explica por que alguns homens amam a dor, como um passo para o aniquilamento! Explica por que todos buscam o descanso, por que os poetas agradecem a
"Whatever gods there be,
That no life lives forever
That no life lives forever
And even the weariest river
Winds somewhere safe to sea".
("Quaisquer deuses que existam / Que vida nenhuma viva para sempre / Que os mortos jamais se levantem / E também o rio mais cansado / Deságue tranquilo no mar".)


-Shaw, como o senhor, não deseja viver para sempre - comentei -, mas, ao contrario do senhor, ele considera o senhor, ele considera o sexo desinteressante.


-Shaw - respondeu Freud sorrindo - não compreende o sexo. Ele não tem a mais remota concepção do amor. Não há um verdadeiro caso amoroso em qualquer de suas peças. Ele ridiculariza o amor de Júlio césar, talvez a maior paixão da história. Deliberadamente, talvez maliciosamente, ele despe Cleópatra de toda a grandeza, reduzindo-a uma insignificante garota. A razão para a estranha atitude de Shaw diante do amor, para sua negação do móvel de todas as coisas humanas, que tira de suas peças o apelo universal, apesar do seu enorme alcance intelectual, é inerente à sua psicologia. Em um de seus prefácios, ele mesmo enfatiza o traço ascético do seu temperamento. Eu posso Ter errado em muitas coisas, mas estou certo de que não errei ao enfatizar a importância do instinto sexual. Por ser tão forte, ele se choca sempre com as convenções e salvaguardas da civilização. A humanidade, em uma espécie de autodefesa, procura negar sua importância. Se você arranhar um russo, diz o provérbio, aparece o tártaro sob a pele. Analise qualquer emoção humana, não importa quão distante esteja da esfera da sexualidade, e você certamente encontrará esse impulso primordial, ao qual a própria vida deve a perpetuação.


-O senhor sem dúvida foi bem sucedido em transmitir esse ponto de vista aos escritores modernos. A psicanálise deu novas intensidades à literatura.
-Também recebeu muito da literatura e da filosofia. Nietzsche foi um dos primeiros psicanalistas. É surpreendente até que ponto sua intuição prenuncia as nossas descobertas. Ninguém se apercebeu mais profundamente dos motivos duais da conduta humana e da insistência do princípio do prazer em predominar indefinidamente. O seu Zaratustra diz:


"A dor
Grita: vai!
Mas o prazer quer eternidade
Pura, profunda eternidade".


A psicanálise pode ser menos amplamente discutida na Áustria e na Alemanha que nos Estados Unidos, a sua influência na literatura é intensa, porém, Thomas Mann e Hugo von Hofmannsthal muito devem a nós. Schnitzler percorre uma via que é, em larga medida, paralela ao meu próprio desenvolvimento. Ele expressa poeticamente o que eu tento comunicar cientificamente. Mas o Dr. Schnitzler não é apenas um poeta, é também um cientista.


- O senhor - repliquei - não é apenas um cientista, mas também um poeta. A literatura americana - continuei - está impregnada da psicanálise. Rupertt Harvey O Higgins e outros fazem - se de seus intérpretes. É quase impossível abrir um novo romance sem encontrar referência à psicanálise. Entre os dramaturgos, Eugene O "Neill e Sydney Howard têm profunda dívida para com o senhor. The Silver cord, por exemplo, é simplesmente uma dramatização do complexo de Édipo.


-Eu sei - replicou Freud - e aprecio o cumprimento que há nessa constatação. Mas tenho receio da minha popularidade nos Estados Unidos. O interesse americano pela psicanálise não se aprofunda. A popularização leva à aceitação superficial sem estudo sério. As pessoas apenas repetem as frases que aprendem no teatro ou na imprensa. Pensam compreender algo da psicanálise, tal como ocorre nos centros Europeus. A América foi o primeiro país a reconhecer-me oficialmente. A Clark University concedeu-me um diploma honorário quando eu era ignorado na Europa. Entretanto, a América fez poucas contribuições originais à psicanálise. Os americanos são divulgadores inteligentes, raramente são pensadores criativos. Os médicos, nos Estados Unidos, e ocasionalmente também na Europa, procuram monopolizar para si a psicanálise. Mas seria um perigo para a psicanálise deixá-la exclusivamente nas mão de um médico. Pois uma formação estritamente médica é com freqüência um empecilho para o psicanalista. É sempre um empecilho, quando certas concepções científicas ficam arraigadas no cérebro do estudioso.
Freud tem que dizer a verdade a qualquer preço! Ele não pode obrigar a si mesmo a agradar a América, onde está a maioria dos seus admiradores.
Apesar da sua integridade, Freud é a urbanidade em pessoa. Ele ouve pacientemente cada intervenção, não procurando jamais intimidar o entrevistador. Raro é o visitante que deixa a sua presença sem algum presente, algum sinal de hospitalidade!


Havia escurecido. Era tempo de eu tomar o trem de volta à cidade que uma vez abrigara o esplendor imperial dos Habsburgos.


Acompanhado da esposa e da filha, Freud desceu os degraus que levam do seu refúgio na montanha à rua, para me ver partir. Ele me pareceu cansado e triste ao dar o seu adeus.


-Não me faça parecer um pessimista - Disse ele após um aperto de mão. - Eu não tenho desprezo pelo mundo. Expressar desdém pelo mundo é apenas outra forma de cortejá-lo, de ganhar audiência e aplauso. Não, eu não sou um pessimista, não enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz - ao menos não mais infeliz que os outros.


O apito do meu trem soou na noite. O automóvel me conduziu rapidamente para a estação. Aos poucos, o vulto ligeiramente curvado e a cabeça grisalha de Sigmund Freud desapareceram na distância.


Carmen da Costa Barbosa