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sábado, 31 de julho de 2010

CERTO OU ERRADO?


Um adulto e uma criança têm necessidades diferentes, qual está certo e qual está errado?
Um engenheiro e um carpinteiro usam materiais diferentes, qual está certo e qual está errado?
Homens e mulheres têm preferências diferentes, qual deles está certo ou errado?
Eu gosto de limão e você de laranja, qual de nós está certo ou errado?
Assim, nós, seres humanos, somos diferentes uns dos outros e qual de nós está certo ou errado?
Muitas vezes, julgamos o nosso próximo baseado no que achamos ser certo ou errado para nós, nos esquecendo que a nossa visão é reduzida as nossas próprias percepções, preferências e experiências.
Que possamos olhar os outros como “diferentes” e não como “iguais” entendendo que cada ser humano é um universo particular.
Que possamos ser um bálsamo a todos aqueles que cruzam nossos caminhos, aceitando mais, compreendendo melhor e respeitando indistintamente o outro como ele é.
Com esse entendimento, poderemos aceitar e respeitar a todos os que nos rodeiam, julgar menos e ser mais feliz.

Karin Izumi

CERTO OU ERRADO...


O que é certo e o que é errado afinal? Não vou aqui falar das questões morais ou politicamente corretas, etc. e tal, como cumprir leis e ser ético, por exemplo, isso todos nós sabemos. Quero falar sobre aquela sensação que temos na hora de tomarmos uma decisão, por menor que ela seja.
Antes demais nada, se formos pensar mesmo, de verdade e um pouco mais profundamente que o normal, poderíamos dizer que toda decisão tem lá sua importância. Assim, sendo, no exato momento em que temos que decidir entre “A” ou “B”, bate aquela última dúvida: Estou fazendo o certo ou o errado?
Como não poderia deixar de ser, vou me “usar” como exemplo e dizer o que é que acontece quando tenho que decidir algo. Além dessa pergunta aí de cima sobre certo ou errado, eu me bombardeio com mais perguntas e uma das principais é: Certo pra quem? Errado pra quem?
Preciso dizer que eu sou mega master egoísta? Ok, eu digo, como sou mega master egoísta, é óbvio que penso em certo ou errado para mim, em primeiro lugar. Na verdade, vou confessar que só penso em certo ou errado para os outros, lá pelo décimo lugar.
Felizmente, ou infelizmente, nem todo mundo é assim. Exatamente por não serem assim é que muitas das decisões são seguidas de arrependimento porque – podem perceber – quanto mais pensamos nos outros em primeiro lugar, menos reconhecimento temos. Menos recebemos de volta, enfim, é uma porcaria de atitude pensar antes no próximo. Pronto, é isso. (Ia colocar #prontofalei, mas seria “Twittar de mais)
Voltando ao que interessa, deixando os outros de lado, percebam que sendo assim, as minhas perguntas “extras”, certo ou errado para quem, não fazem o menor sentido. Mas é o que acontece, minha mente faz isso comigo, me enche de incertezas na hora de uma decisão, e pior, minha própria mente me trai fazendo com que eu esqueça meu lado egoísta e pare para pensar nos outros. Na boa, isso não é coisa que se faça…
Pensando nisso desde sempre, chego à conclusão que tudo isso tem a ver com a conseqüência das conseqüências das decisões que tomo… mais ou menos assim: Tomo uma decisão e é óbvio que ela afeta outras pessoas. A conseqüência disso é que serei afetado, mais cedo ou mais tarde, pela atitude que a pessoa tomará em relação à minha primeira atitude. Nossa, isso está mega confuso… Melhor você aí do outro lado reler esse parágrafo.
Esse pequeno medo paralisante que dá na hora da tomada de uma decisão nada mais é do que se perguntar se estou ou não preparado para o que virá do outro lado. É fato que uma atitude tomada não tem mais volta, mesmo que a gente se arrependa do que fez, o que foi feito está marcado para sempre. Repito, por mais que os bons Samaritanos insistam em dizer que se deve perdoar os erros dos outros, isso é balela, ninguém esquece algo grave. Nunca!
Isto posto, o que é que devemos fazer? Bem, pensar antes é uma saída, mas sinceramente, poucas pessoas agem assim, normalmente fazem e só depois do estrago é que se dão conta do que estragaram. E olha só uma coisa, nossos Egos têm uma habilidade em destruir coisas boas que vou te falar, viu?
E isso vale para todos os lados, para quem fez uma bobagem, para quem supostamente perdoa, para quem reage e para quem fica imobilizado. Mais ou menos como se quase sempre a gente tomasse uma atitude que vai nos desagradar em algum momento futuro.
Os psicólogos logo no primeiro dia de aula nos falam o seguinte: Certo ou errado não existe!
Será mesmo verdade? Pois bem, levando essa “aula” em consideração, poderíamos afirmar sem medo de errar que, se o certo ou o errado não existem de fato, não deveríamos nos preocupar com isso nunca, o que significa dizer que temos que ser egoístas e ponto final.
Claro que sim, se não existe certo ou errado, por que é que temos que nos preocupar com as conseqüências de nossos atos? Eles estão sempre certos, oras. Ou sempre errados… Você aí que decida.
E… agüente as conseqüências, porque uma coisa te falo, elas virão!

Marcelo Mello

sexta-feira, 30 de julho de 2010

ESPIRITUALIDADE E CONSCIÊNCIA...


Espiritualidade é um estado de consciência; não é doutrina, não!
É o que se leva dentro do coração.
É o discernimento em ação!
É o amor em profusão.
É a luz nas idéias e equilíbrio na senda.
É o valor consciencial da alegria na jornada.
É a valorização da vida e de todos os aprendizados. É mais do que só viver; é sentir a vida que pulsa em todas as coisas.
É respeitar a si mesmo, para respeitar o próximo e a natureza.
É ter a plena noção de que nada acaba na morte do corpo, pois a consciência segue além, algures, na eternidade...
É saber disso – com certeza -, e não apenas crer nisso.
É viver isso – com clareza -, sem fraquejar na senda.
É ser um presente, para si mesmo, para os outros e para a própria vida.
Espiritualidade é brilho nos olhos e luz nas mãos.
E isso não depende dessa ou daquela doutrina; depende apenas do próprio despertar espiritual; depende do discernimento consciencial se unir aos sentimentos legais, no equilíbrio das próprias energias, nos atos da vida.
Ah, espiritualidade é qualidade perene; não se perde nem se ganha; apenas é!
É valor interno, que descerra o olhar para o infinito... para além dos sentidos convencionais. É janela espiritual que se abre, dentro de si mesmo, para ver a luz que está em tudo!
Espiritualidade é essa maravilha: o encontro consigo mesmo, em paz.
Espiritualidade é ser feliz, mesmo que ninguém entenda por quê.
É quando você se alegra, só pelo fato de estar vivo!
É quando o seu chacra* do coração se abre igual a uma rosa, e você se sente possuído por um amor que não é condicionado a coisa alguma, mas que ama tudo.
É quando você nem sabe explicar porque ama; só sabe que ama.
Espiritualidade não depende de estar na Terra ou no Espaço; de estar solteiro ou casado; de pertencer a esse ou aquele lugar; ou de crer nisso ou naquilo.
É valor de consciência, alcançado por esforço próprio e faz o viver se tornar sadio.
Espiritualidade é apenas isso: SER FELIZ!
Ou, como ensinavam os sábios celtas de outrora: SER UM PRESENTE!

Paz e Luz.

* Chacras - do sânscrito – são os centros de força situados no corpo energético e que tem como função principal a absorção de energia (prana, chi) do meio ambiente para o interior do campo energético e do corpo físico. Além disso, servem de ponte energética entre o corpo espiritual e o corpo físico.
O Chacra Cardíaco - é o chacra responsável pela energização do sistema cárdio-respiratório. É considerado o canal de movimentação dos sentimentos. Por isso é o chacra mais afetado pelo desequilíbrio emocional. Bem desenvolvido, torna-se um canal de amor para o trabalho de assistência espiritual. Está ligado à glândula timo.

Wagner Borges

quinta-feira, 29 de julho de 2010

LARS GRAEL...


Durante o período em que ficou internado, lutando bravamente contra a morte, Lars Grael, tinha certeza que iria sair vivo do hospital, que mesmo sem a perna, em breve estaria, pelo menos contemplando o mar, a sua grande paixão e razão da sua própria vida. Mas, enquanto travava essa luta contra as dificuldades do próprio acidente, Lars se penaliza e se martirizava, enfrentando sentimentos de autopiedade, com pensamentos de dúvida quanto ao amor da esposa: será que ela ficaria com ele por amor ou por piedade?

Será que ele poderia pelo menos ver de novo o mar em uma cadeira de rodas?
E o seu físico? será que ficaria atrofiado?.

Revoltado com a própria situação, Lars tinha uma resposta na ponta da língua para os amigos que o visitavam e tentavam consolá-lo:
"Você diz isso, porque não é com você!"
Amargurado, inseguro, mas ainda assim com uma vontade férrea de vencer a briga contra a morte, Lars recobrou a razão e descobriu o novo sentido da vida, ao conhecer a enfermeira do Hospital que era amputada e usava uma prótese. Com um belo sorriso, ela pediu para ele fechar os olhos arrancou a calça ali mesmo, cobrindo-se com uma toalha, mostrou não apenas uma prótese, mas uma esperança, uma maneira de enxergar a vida com novos olhos.

Lars voltou ao mar em dezembro de 1998, apenas três meses após o acidente e mudando de categoria, disputou e ganhou várias competições, removendo definitivamente a piedade da sua vida, aprendendo com uma dura lição, a solidificar para sempre a capacidade que todo ser humano tem em superar limites e limitações.

E você?
Será que não está aumentando demais os problemas que te cercam?
Será que não está tendo uma resposta amarga pronta para disparar contra os amigos?
Será que não está com o sentimento de autopiedade ligado, esperando que apareça uma solução mágica dos céus ou dos anjos?
Liberte-se, supere-se, lute um pouco mais.
Os "Bons Ventos" te esperam neste "mar imenso de possibilidades" chamado "Vida".

Paulo Roberto Gaefke

História real, baseada no acidente de Lars Grael.
PS: O acidente que tirou a perna de Lars Grael, ocorreu no dia 6 de Setembro de 1998. Lars teve duas paradas cardio-respiratórias nas primeiras horas depois do acidente e perdeu muito sangue. Nas semanas seguintes, ainda havia risco de infecções no que restou da perna direita.
* A enfermeira era Cláudia Perini, do Hospital Albert Einstein.

O SEMEADOR DE TÂMARAS...


"Num oásis escondido numa das mais longínquas paisagens do deserto, encontrava-se o velho Eliahu, de joelhos, ao lado de umas palmeiras de tâmaras.
O seu vizinho Hakim, o endinheirado mercador, deteve-se no oásis para descansar os camelos e viu Eliahu a transpirar, enquanto cavava na areia.
Então, velho? Que a paz esteja contigo.
- E contigo respondeu Eliahu, sem abandonar a sua tarefa.
- Que fazes aqui, com este calor e com essa pá nas mãos?
Estou a semear - disse o velho.
- Que semeias aqui, Eliahu?
- Tâmaras - disse Eliahu, apontando para as palmeiras à sua volta.
- Tâmaras! - repetiu o recém-chegado. E fechou os olhos como quem escuta a maior estupidez do mundo, com compreensão.

- O calor prejudicou-te o cérebro, querido amigo. Vem, deixa essa tarefa e vamos à loja beber um copo de licor.
- Não, tenho de acabar de semear. Depois, se quiseres, vamos beber um copo...
- Diz-me, amigo. Quantos anos tens?
- Não sei... Sessenta, setenta, oitenta... Não sei... Esqueci-me. Mas que importância tem isso?
- Olha, amigo. As tamareiras demoram mais de cinquenta anos a crescer e só quando se transformam em palmeiras adultas estão em condições de dar fruto. Não te desejo mal, como sabes. Oxalá vivas até aos cento e um anos, mas tu sabes que dificilmente poderás colher o que semeias hoje. Deixa isso e vem comigo.
- Olha, Hakim. Comi as tâmaras que outra pessoa semeou, outra pessoa que também sonhou em comê-las. Eu semeio, hoje, para que outros possam comer, amanhã, as tâmaras que estou a plantar... E nem que seja em honra desse desconhecido, vale a pena terminar a minha tarefa.
- Deste-me uma grande lição, Eliahu. Deixa-me pagar-te com um saco de moedas esta lição que hoje me deste. E, dizendo isto, Hakim pôs na mão do velho um saco de couro.
- Agradeço-te as moedas, amigo. Como vês, às vezes acontecem coisas destas: o teu prognóstico é que eu não chegarei a colher o que semeei. Parece verdade e, no entanto, olha, ainda não acabei de semear e já colhi um saco de moedas e a gratidão de um amigo.
- A tua sabedoria espanta-me, velho. Esta é a segunda grande lição que hoje me dás e talvez seja mais importante ainda do que a primeira. Deixa-me pagar-te também por essa lição com outro saco de moedas.
- Às vezes acontecem coisas destas - prosseguiu o velho E estendeu a mão, olhando para os dois sacos de moedas: - Semeei para não colher e, antes de acabar de semear, colhi não uma, mas duas vezes.
- Chega, velho. Não continues a falar. Se continuares a ensinar-me coisas, tenho medo que toda a minha fortuna não seja suficiente para te pagar..."

Jorge Bucay

UM CONTO PARA PENSAR...


Um mestre sufi contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu sentido...
- Mestre - perguntou um deles, certo dia - , tu contas-nos contos, mas nunca nos explicas o que significam...
- As minhas desculpas - disse o mestre. - Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego.
- Obrigado, mestre - disse o discípulo, comovido.
- Mais ainda: como prova do meu afecto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?
- Sim, muito obrigado - disse o discípulo.
- E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse o pêssego em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo?
- Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, mestre...
- Não é um abuso; sou eu que me estou a oferecer. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de to oferecer...
- Não, mestre! Não gostaria que fizesses isso! - queixou-se o discípulo, surpreendido.
O mestre fez uma pausa e disse:
- Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos a comer fruta mastigada.

Jorge Bucay, Contos para pensar
(texto da contracapa)


I
1. Este conto baseia-se no diálogo entre um mestre sufi e o seu discípulo.
1.1. Identifica a razão que levou a esse diálogo.

2. Comenta a forma como o mestre reagiu à interpelação do seu aluno.

3. A forma como ele reagiu despertou no discípulo sentimentos diversificados.
3.1. Identifica esses sentimentos e refere os momentos do diálogo em que surgiram.

4. A mensagem que o mestre quis transmitir ao aluno concentra-se na sua última fala.
4.1. Explica pelas tuas próprias palavras o sentido das palavras do mestre.
4.2. Diz se concordas ou discordas com as palavras do mestre, fundamentando convenientemente a tua resposta.

5. Caracteriza a relação existente entre este mestre e o seu aluno.

II
Baseando-te neste texto e também na tua própria experiência, refere-te aos papéis que professores e alunos devem desempenhar no processo de ensino-aprendizagem.

O ELEFANTE ACORRENTADO...


— Não consigo — disse-lhe. — Não consigo!
— Tens a certeza? — perguntou-me ele.
— Tenho! O que eu mais gostava era de conseguir sentar-me à frente dela e dizer-lhe o que sinto… Mas sei que não sou capaz.

O gordo sentou-se de pernas cruzadas à Buda, naqueles horríveis cadeirões azuis do seu consultório. Sorriu, fitou-me olhos nos olhos e, baixando a voz como fazia sempre que queria que o escutassem com atenção, disse-me:

— Deixa-me que te conte…

E sem esperar pela minha aprovação, o Jorge começou a contar.

Quando eu era pequeno, adorava o circo e aquilo de que mais gostava eram os animais. Cativava-me especialmente o elefante que, como vim a saber mais tarde, era também o animal preferido dos outros miúdos. Durante o espectáculo, a enorme criatura dava mostras de ter um peso, tamanho e força descomunais… Mas, depois da sua actuação e pouco antes de voltar para os bastidores, o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das suas patas.

No entanto, a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a corrente fosse grossa e pesada, parecia-me óbvio que um ani­mal capaz de arrancar uma árvore pela raiz, com toda a sua força, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir.

O mistério continua a parecer-me evidente.
O que é que o prende, então?
Porque é que não foge?

Quando eu tinha cinco ou seis anos, ainda acreditava na sabedoria dos mais velhos. Um dia, decidi questionar um professor, um padre e um tio sobre o mistério do elefante. Um deles explicou-me que o elefante não fugia porque era amestrado.

Fiz, então, a pergunta óbvia:

— Se é amestrado, porque é que o acorrentam?

Não me lembro de ter recebido uma resposta coerente. Com o passar do tempo, esqueci o mistério do elefante e da estaca e só o recordava quando me cruzava com outras pessoas que também já tinham feito essa pergunta.

Há uns anos, descobri que, felizmente para mim, alguém fora tão inteligente e sábio que encontrara a resposta:
O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno.
Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho a certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele.
Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro… Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino.
Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer.
Tem gravada na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer.
E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação.
Jamais, jamais tentou pôr novamente à prova a sua força…

— E é assim a vida, Damião. Todos somos um pouco como o elefante do circo: seguimos pela vida fora atados a centenas de estacas que nos coarctam a liberdade.

Vivemos a pensar que «não somos capazes» de fazer montes de coisas, simplesmente porque uma vez, há muito tempo, quando éramos pequenos, tentámos e não conseguimos.

Fizemos, então, o mesmo que o elefante e gravámos na nossa memória esta mensagem: «Não consigo, não consigo e nunca hei-de conseguir.»

Crescemos com esta mensagem que impusemos a nós mesmos e, por isso, nunca mais tentámos libertar-nos da estaca.

Quando, por vezes, sentimos as grilhetas e as abanamos, olhamos de relance para a estaca e pensamos:

Não consigo e nunca hei-de conseguir.

O Jorge fez uma longa pausa. Depois, aproximou-se, sentou-se no chão à minha frente e prosseguiu:

— É isto que se passa contigo, Damião. Vives condicionado pela lembrança de um Damião que já não existe, que não foi capaz.

»A única maneira de saberes se és capaz é tentando novamente, de corpo e alma… e com toda a forca do teu coração!

Jorge Bucay
Deixa-me que te conte. Os contos que me ensinaram a viver
Lisboa, Pergaminho, 2004

OBSTÁCULOS...


Este texto que estou a reproduzir aqui não é na realidade um conto, mas antes uma meditação guiada, delineada em forma de sonho destinado a explorar as verdadeiras razões de alguns dos nossos fracassos. Permito-me sugerir-lhe que o leia atentamente, tentando deter-se uns instantes em cada frase, visualizando cada situação.

Vou caminhando por uma vereda.
Deixo que os meus pés me levem.
Os meus olhos pousam-se nas árvores, nos pássaros, nas pedras.
No horizonte recorta-se a silhueta de uma cidade.
Fixo nela o olhar para a distinguir bem.
Sinto que a cidade me atrai.
Sem saber como, dou-me conta de que nesta cidade posso encontrar tudo o que desejo.
Todas as minhas metas, os meus objectivos e os meus logros.
As minhas ambições e os meus sonhos estão nesta cidade.
Aquilo que quero conseguir, aquilo de que necessito, aquilo que eu mais gostaria de ser, aquilo a que aspiro, aquilo que tento, aquilo pelo que trabalho, aquilo que sempre ambicionei, aquilo que seria o maior dos meus êxitos.
Imagino que tudo está nessa cidade.
Sem duvidar, começo a caminhar até ela.
Pouco depois de começar a andar, a vereda põe-se a subir pela encosta acima.
Canso-me um pouco, mas não importa.
Sigo.
Avisto uma sombra negra, mais adiante, no caminho.
Ao aproximar-me, vejo que uma enorme vala impede a minha passagem.
Receio… Duvido.
Desgosta-me não conseguir alcançar a minha meta facilmente.
De todas as maneiras, decido saltar a vala.
Retrocedo, tomo impulso e salto…
Consigo passá-la.
Recomponho-me e continuo a caminhar.
Uns metros mais adiante, aparece outra vala.
Volto a tomar impulso e também a salto.
Corro até à cidade: o caminho parece desimpedido.
Surpreende-me um abismo que detém o meu caminho.
Detenho-me.
É impossível saltá-lo.
Vejo que num dos lados há tábuas, pregos e ferramentas.
Dou-me conta de que estão ali para construir uma ponte.
Nunca fui habilidoso com as minhas mãos…
… penso em renunciar.
Olho para a meta que desejo… e resisto.
Começo a construir a ponte.
Passam horas, dias, meses.
A ponte está feita.
Emocionado, atravesso-a e ao chegar ao outro lado… descubro o muro.
Um gigantesco muro frio e úmido rodeia a cidade dos meus sonhos…
Sinto-me abatido…
Procuro a maneira de o evitar.
Não há forma.
Tenho de o escalar.
A cidade está tão perto…
Não deixarei que o muro impeça a minha passagem.
Proponho-me trepar.
Descanso uns minutos e tomo ar…
Rapidamente vejo, de um lado do caminho, uma criança que olha para mim como se me conhecesse.
Sorri-me com cumplicidade.
Faz-me vir à memória como eu próprio era… quando criança.
Talvez por isso me atrevo a expressar em voz alta a minha queixa.

— Porquê tantos obstáculos entre o meu objectivo e eu?

A criança encolhe os ombros e responde-me.

— Porque o perguntas a mim?

Os obstáculos não existiam antes de tu chegares…
Foste tu que trouxeste os obstáculos.

Jorge Bucay - Contos para pensar
Cascais, Editora Pergaminho, 2004

QUEM É O SEU AMANTE?


"Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".
Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas Ao receberem meu conselho.
Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.
Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: "AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.O nosso "AMANTE "é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto...
Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!...

E o que é "ir levando"?
Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista... DA SUA VIDA!

Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver...
Por isso, e sem mais delongas, procure um amante...

A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA".
Jorge Bucay (Psicólogo)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

PORTEIROS DO MUNDO...


Você já se deu conta da importância daqueles que recebem os espíritos recém-chegados à terra pelas portas da reencarnação?
Sim, falamos dos profissionais que realizam partos e seguram o bebê antes mesmo do que a própria mãe.
Há casos belíssimos e emocionantes contados por esses missionários que poderíamos chamar de "porteiros do mundo".
Um deles é do Dr. Eliezer Berenstein.
Conta ele que, quando era apenas estudante de medicina e preparava-se para fazer psiquiatria, foi encarregado de atender a uma paciente.
Assim que entrou na enfermaria e se apresentou, ela o surpreendeu com uma pergunta: "o Senhor nunca sorri?"
Essa cara amarrada é sinal de algum problema, disse com ar descontraído.
"Estou bem, obrigado". A senhora é que deve estar com algum problema e, por isso, vim examiná-la", disse o futuro psiquiatra, já levantando o lençol e o avental que a cobriam".
"É recém-formado?, insistiu a enferma.
Por que? Perguntou preocupado.
É que estou nua, a porta está aberta e eu sou uma freira.
"Bem, mas não se preocupe com isso", insistiu a irmã madalena. "Já fui parteira aqui neste hospital. Convivi com muitos médicos e sei reconhecer um bom profissional."
"O senhor será um ótimo parteiro".
O jovem médico corrigiu-a: "eu não vou fazer partos, serei psiquiatra e, agora, vou lhe dar um remedinho".
"O senhor tem mesmo um remédio para mim? Os médicos já me desenganaram, meu tumor cresceu demais..."
Diz o doutor Berenstein que as palavras e o comportamento daquela freira o viraram do avesso.
No dia seguinte tirou a barba, que o deixava parecido com Freud, e decidiu que seria parteiro.
E quando foi contar a novidade à irmã madalena, ela, com simplicidade e sabedoria, continuou a lhe dar grandes lições.
"O senhor tem mãos tanto para dar aDeus quanto para dizer olá".
E tenha muito carinho com o primeiro parto que fizer, porque serei eu que estarei voltando".
Conta o doutor Berenstein que algum tempo depois de formado fez seu primeiro parto. irmã Madalena já havia falecido.
Diz ele que chorou mais do que a criança, que era uma menina e acabou recebendo o nome de Madalena.
Daquele dia em diante ele não teve mais dúvida de que sua missão era ser parteiro. Um "porteiro do mundo’, como dizia a irmã Madalena.

Todo profissional que desempenha seu trabalho com seriedade e dedicação, é um colaborador de Deus.
Seja calejando as mãos na lavoura ou criando sistemas sofisticados de informática; limpando feridas ou construindo edifícios; fazendo a higiene das ruas ou cultivando jardins, todos somos peças importantes dessa grande nave que chamamos terra, e cujo administrador é Deus.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em artigo da revista Crescer, de maio de 1999.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O EXEMPLO...


Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar.
Tudo para ele se resumia em dinheiro.
Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum.
Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra.
E dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo.
Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado.

A mãe o abriu e leu:

"Mamãe me deve: por levar recados - 3 reais; por tirar o lixo - 2 reais; por varrer o chão - 2 reais; extras - 1 real.

Total que mamãe me deve: oito reais."

A mãe espantou-se no primeiro momento.
Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada.
O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto.
Correu para a mesa do almoço.
Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais.
Os seus olhos faiscaram.
Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa.
Mas, então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato.
Igualzinho ao seu e bem dobrado.
Ele abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta:

"Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada.
Por cuidar da sua catapora - nada.
Pelas roupas, calçados e brinquedos nada.
Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada.
Total que filhinho deve à mamãe - nada."

O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra.
Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe.
A partir deste dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.

Nossos filhos são espíritos que trazem suas virtudes e suas paixões inferiores de outras existências.
Cabe-nos examiná-las para auxiliá-los na consolidação das primeiras e no combate às segundas.
Todo momento é propício e não deve ser desperdiçado.
As ações são sempre mais fortes que as palavras.
Na condução dos nossos filhos, cabe-nos executar

Redação do Momento Espírita

LEI DO CAMINHÃO DE LIXO...


Um dia peguei um taxi para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saltou do estacionamento na nossa frente.

O taxista pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz!

O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente. Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.

Indignado lhe perguntei: 'Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!'

Foi quando o motorista do taxi me ensinou o que eu agora chamo de: "A Lei do Caminhão de Lixo."

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, traumas e de desapontamento. À medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso pessoalmente. Isto não é problema seu!
Apenas sorria, acene, deseje-lhes bem, e vá em frente. Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas. Fique tranqüilo... respire e deixe o lixeiro passar.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta, não leve lixo. Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, ódio e frustrações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.
A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!

PARA SEGUIR VIAGEM...


Cuide das suas emoções!
Elas garantem a sua estabilidade e a vida longa.
Os que sentem saudade além da medida, vivem do passado que não volta, e não conseguem presenciar o presente, encurtam o futuro.
Mais uma forma disfarçada de suicídio...

Não guarde tantas emoções!
Extravase-as, liberte cada sentimento.
Doe-se, ame, goste, desgoste, sinta a sua raiva, mas perdoe sempre, é mais prudente e sensato.
Aquele que carrega o ódio, leva uma cruz, sofre sempre em dobro, pela lembrança que não se apaga,
e pela doença que se instala e a radiografia nem sempre mostra.

Cuidado com quem você briga!
Cuidado com quem você se lança ao desafio!
Cuidado com o que você fala!
Preste atenção nos seus sentimentos.

Quantas mágoas você carrega e nem percebe?
Aquela dor no estômago que nunca cessa, pode ser a ausência que você não esquece.
Aquele nódulo estranho, pode ser o luto mal resolvido.
O amargo na boca, um amor mal resolvido, o nervosismo, amor mal-vivido.

Sempre é tempo para dar um basta na solidão, de libertar-se das correntes da ingratidão, de usar a força mágica do perdão.
Para seguir viagem, para ser mais saudável, libere as suas emoções.
Compartilhe mais, guarde menos, seja breve com as emoções que afligem, mas eterno com o amor que tudo perdoa, liberta e faz crescer.

Paulo Roberto Gaefke

NÃO SE PERCA DE VOCÊ...


Não se perca de você!
Todos nós, um dia, erramos uma estrada, pegamos a mão errada e até perdemos a direção.
Uma palavra que sai sem pensar, um gesto perdido entre os nervos, um olhar cheio de sentimentos ruins...
Todos nós, temos dias que parecem intermináveis, agonias que parecem não ter fim, mas mesmo assim:
- não se perca de você!

Ainda que a solidão pareça com agulhas, que o medo pareça um monstro com mil olhos, que a noite desabe sobre a sua cabeça, acusações por todos os lados, e aquela sensação de impotência, ainda assim, crie um ponto de resistência: acredite que o dia vai raiar, o sol vai brilhar, as nuvens ficarão mais claras, e por trás de todas as aparências, por trás das montanhas de problemas, surge o sol da esperança, aquecendo o seu coração, mostrando o caminho em flor, caminho da vida, caminho do amor.

Por favor, ainda que deixe de crer, não se perca de você!

Paulo Roberto Gaefke

sexta-feira, 23 de julho de 2010

GESTÃO DO TEMPO...


"Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas." Mateus 6:33

Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia não são suficientes...
Lembre-se do pote de maionese e do café.

Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num pote de maionese e esvazia-o...tirou a maionese e encheu-o com bolas de golf.
A seguir perguntou aos alunos se o pote estava cheio.
Os estudantes responderam sim.
Então o professor pega numa caixa cheia de pedrinhas e mete-as no pote de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o pote estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.
Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do pote de maionese.
Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o pote estava cheio.
Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime "Sim!".
De seguida o professor acrescentou 2 xícaras de café ao pote e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia.
Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se... mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:

'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE POTE REPRESENTA A VIDA'.

As bolas de golf são as coisas Importantes:
como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE.
São coisas, que mesmo que se perdessemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.

As pedrinhas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais, as pequenas coisas.
'Se puséssemos 1º a areia no pote, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golf.
O mesmo acontece com a vida'.

Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.

Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade.
Brinque ensinando os seus filhos, arranje tempo para ir ao medico, namore e vá com a seu namorado(a), esposo(a) jantar fora, dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos pratique o seu esporte ou hobbie favorito.

Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro...
Ocupe-se sempre das bolas de golf 1º, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.
Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...
Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.
O professor sorriu e disse:

"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. "

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SABER O LUGAR CERTO...


"...voa o gavião pela tua inteligência, e estende as suas asas para o sul?" Jó 39:26

Há mistérios na natureza que nem mesmo o homem do século XXI, o homem das mais altas tecnologias, consegue compreender.

Entre esses fenômenos, apontamos o vôo cíclico das aves migratórias.
Em determinado tempo voam para o norte, depois, no tempo certo, voam para o sul, com paragens certas, quase cronometradas, sem erro algum.
Isto dá-se com determinadas aves, alguns mamíferos, peixes e, até, insetos.

Como sabem eles a hora de partir e o tempo de retornar?

Como não se enganam nos pousos para descansar e nas longas rotas que seguem?

O que os mantém quando sobrevoam os mares, oceanos, planícies e desertos?

Muitos cientistas têm procurado respostas definitivas, por longos anos, mas não têm mais que algumas pistas e vagas suposições.

Há bem pouco tempo, certo ornitólogo dizia:

"Tenho feito várias experiências, estudos complexos, mas ainda não sabemos como é que os pombos correio encontram o caminho de volta para casa".

Estes fatos e as muitas fantásticas coisas da natureza deviam convencer-nos da realidade de um grande, Onisciente e Onipotente Criador e levarem-nos a crer n'Ele, a confiar n'Ele e aceitá-LO tal como Ele é - DEUS É SENHOR.

Que bom seria que o homem aprendesse com a mãe natureza a realidade do Deus Criador e se preparasse, via confissão, arrependimento e aceitação, a esperar o momento de estar perante Ele, aclamando-O como SENHOR!

"O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." Filipenses 4:19

ESTRATÉGIAS MENTAIS...


O que fazer de dentro para fora?
Pense sempre de forma positiva.
Toda a vez que um pensamento negativo vier à sua mente, troque-o por outro que seja positivo! Para isso, é preciso muita disciplina mental. Você não adquire isso do dia para a noite; como um atleta, treine muito.
Não tenha medo de nada e nem de ninguém.
O medo é uma das maiores causas de nossas perturbações interiores. Tenha fé em você mesmo, porque o medo pode lhe afastar das derrotas, mas das vitórias também.
Não se queixe.
Quando você reclama, tal qual um imã, você atrai para si toda a carga negativa de suas próprias palavras. A maioria das coisas que acabam dando errado começa a se materializar quando nos lamentamos.
Risque a palavra “culpa” do seu dicionário.
Não se permita esta sensação, pois quando nos punimos, abrimos nossa retaguarda para espíritos opressores e agressores, que vibram com a nossa melancolia. Ignore-os.
Não deixe que interferências externas tumultuem o seu cotidiano.
Livre-se de fofocas, comentários maldosos e gente deprimida. Isto é contagioso. Seja prestativo com quem presta. Sintonize com gente positiva e alto astral.
Não se aborreça com facilidade e nem dê importância para bobagens.
Quando nos irritamos, envenenamos nosso corpo e nossa mente. Procure viver com serenidade e quando tiver vontade de explodir, conte até dez.
Viva o presente.
O ansioso vive no futuro. O rancoroso, no passado.
Aproveite o aqui e o agora. Nada se repete, tudo passa. Faça o seu dia valer a pena. Não perca tempo com melindres e preocupações, pois só trazem doenças.
O que você deve fazer de fora para dentro?
A água purifica.
Sempre que puder vá à praia, rio ou cachoeira. Em casa, enquanto toma banho, embaixo do chuveiro, de olhos fechados, imagine que seu cansaço físico e mental e toda a carga negativa estão indo por água abaixo.
Ande descalço quando puder, na terra de preferência.
Em casa, massageie seus pés com um creme depois de um longo dia de trabalho. Ou escalde-os em água morna. Acrescente um pouco de sal grosso para se descarregar.
Mantenha contato com a natureza.
Tenha em sua casa um vaso de plantas pelo menos. Cuide dele com carinho. O amor que dedicamos às plantas e animais acalma o ser humano e funciona como um relaxante natural.
Ouça músicas que o façam cantar e dançar.
Seja qual for o seu estilo preferido, a vibração de uma canção tem o poder de fazer nos sentirmos vivos, aflorando a nossa emoção e abrindo o nosso canal com a alegria.
Queime um incenso de vez em quando e purifique o seu ambiente.
Prefira fazê-lo na sua casa e aproveite para meditar, respirar profunda e pausadamente, como se fosse uma ginástica mental. A mente também precisa de exercícios.
Sinta o aroma das flores e dos perfumes sempre que tiver uma oportunidade.
Muitas sensações de conforto se originam num simples ato de inspirarmos delicadamente fragrâncias sutis e agradáveis.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Liberte-se!
Sempre que puder livre-se da rotina e pegue a estrada, nem que seja por um único dia.
Viva a vida !
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque “embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”.
Lembre-se, por fim, que “uma carícia, um sorriso, um ouvido atento, um elogio sincero ou um mínimo ato de amor tem o poder de transformar uma vida”.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

FILTRO SOLAR...


Senhoras e senhores da turma de...
Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta:
usem o filtro solar!

Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência;
Já o resto dos meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria existência errante.
Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês.

Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece...
Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a 20 anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia - quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente, e como você realmente estava com tudo em cima.
Você não está gordo! Ou gorda...

Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade de sua vida tendem vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça feira modorrenta.

Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo mesmo.

Cante.

Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.

Use o fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
é só você contra você mesmo.

Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofenças.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.

Estique-se.

Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você.
As suas escolhas tem sempre metade da chance de dar certo.
É assim pra todo mundo.

Desfrute do seu corpo.
Use-o de toda a maneira que puder, mesmo.
Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele.
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

Dance.

Mesmo que não tenha aonde além do seu próprio quarto.

Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.

Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que os amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.
Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando era jovem.

More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.

Viaje.

Aceite certas verdades inescapáveis:
Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear.
Você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as
crianças respeitavam os mais velhos.

Respeite os mais velhos.

E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria.
Talvez case com um bom partido.
Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

Cuidado com os conselhos que comprar,
mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas, no filtro solar, acredite.

Pedro Bial

PERGUNTAS...


"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira." Efésios 4:26

Quantas vezes você andava na rua e sentiu um perfume e lembrou de alguém que gosta muito?
Quantas vezes você olhou para uma paisagem em uma foto, e não se imaginou lá com alguém...
Quantas vezes você estava do lado de alguém, e sua cabeça não estava ali?
Alguma vez você já se arrependeu de algo que falou dois segundos depois de ter falado?
Você deve ter visto que aquele filme, que vocês dois viram juntos no cinema, vai passar na TV...
E você gelou porque o bom daquele momento já passou...
E aquela música que você não gosta de ouvir porque lembra algo ou alguém que você quer esquecer mas não consegue?
Não teve aquele dia em que tudo deu errado, mas que no finzinho aconteceu algo maravilhoso?
E aquele dia em que tudo deu certo, exceto pelo final que estragou tudo?
Você já chorou por que lembrou de alguém que amava e não pôde dizer isso para essa pessoa?
Você já reencontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou?
Para essas perguntas existem muitas respostas...
Mas o importante sobre elas não é a resposta em si...
Mas sim o sentimento...
Todos nós amamos, erramos ou julgamos mal...
Todos nós já fizemos uma coisa quando o coração mandava fazer outra...
Então, qual a moral disso tudo?
Nem tudo sai como planejamos portanto, uma coisa é certa...

Não continue pensando em suas fraquezas e erros, faça tudo que puder para ser feliz hoje!
Não deite com mágoas no coração.
Não durma sem ao menos fazer uma pessoa feliz!
E comece com você mesmo!!!

Martha Medeiros

terça-feira, 20 de julho de 2010

AMIZADE...


O importante da amizade não é conhecer o amigo;
e sim saber o que há dentro dele!...

Cada amigo novo que ganhamos na vida, nos aperfeiçoa e enriquece, não pelo que nos dá, mas pelo quanto descobrimos de nós mesmos.

Ser amigo não é coisa de um dia. São gestos, palavras, sentimentos que se solidificam no tempo
e não se apagam jamais.

O amigo revela, desvenda, conforta.
É uma porta sempre aberta em qualquer situação.

O amigo na hora certa, é sol ao meio
dia, estrela na escuridão.

O amigo é bússola e rota no oceano,
porto seguro da tripulação.

O amigo é o milagre do calor humano
que Deus opera no coração.

FELIZ DIA DO AMIGO...

VOEM JUNTOS, MAS NUNCA AMARRADOS...


Conta uma velha lenda dos índios Sioux que, uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas na tenda do velho feiticeiro da tribo e falaram:

Nós nos amamos e vamos nos casar.E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã. Alguma coisa que garanta que poderemos ficar sempre juntos. Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até a morte.

O velho sábio, ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse: Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada...

Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte desta aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia.

E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, onde encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la, trazendo-a viva.

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu que, com cuidado, as tirassem dos sacos, e viu que eram belos exemplares...

E, agora, o que faremos? Perguntou o jovem.

Nós as matamos e depois bebemos à honra de seu sangue? Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Propôs a jovem.

Não! Disse o feiticeiro. Apanhem as aves e as amarrem entre si pelas patas, com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros...

A águia e o falcão tentaram alçar voo, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno.

Minutos depois, irritadas pela incapacidade de voar, as aves jogavam-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.

E o velho disse:

Jamais esqueçam o que estão vendo... Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, viverão arrastando-se e, cedo ou tarde, começarão a machucar-se mutuamente.

Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... mas nunca amarrados.

Vivei juntos, mas que haja espaço na vossa junção...
E que os ventos do céu dancem entre vós...
Amai-vos um ao outro, mas não façais do vosso amor um grilhão...
Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas...
Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho, assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia...
Vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia, pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro...
Agindo assim, juntos estareis até que as brancas asas da morte dissipem vossos dias...


Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria desconhecida e no cap. 13 do livro O profeta, de Gibran Khalil Gibran, ed. Acigi.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

AMADURECIMENTO...


Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando - a vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar.
Mas uma coisa parece estar sempre presente.
A busca pela felicidade com o amor da sua vida.
Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar?
E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele (a)"? Como diz o meu pai:
"nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era.
Cada namorado era o novo homem da sua vida.
Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua de mel e, de repente PLAFT!
Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo".
Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.
Agora, você procura melhor e começa a ser mais seletiva.
Procura um cara formado, trabalhador, bem resolvido, inteligente, com aquele papo que a deixa sentada
no bar o resto da noite.
Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco
dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue "imagem e ação" e se divirta como uma criança, que sorria
de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short camiseta e chinelo.
A liberdade, ficar sem compromisso, sair sem dar satisfação já não tem o mesmo valor que tinha antes.
A gente inventa um monte de desculpas esfarrapadas, mas continuamos com a procura incessante por uma
pessoa legal, que nos complete e vice-versa.
Enquanto tivermos maquiagem e perfume, vamos a luta e haja dinheiro para manter a presença em todos os eventos da cidade: churrasco, festinhas, boates na quinta-feira.
Sem falar na diversidade que vai do Forró ao Beatles.
Mas o melhor dessa parte é se divertir com as amigas, rir até doer a barriga, fazer aqueles passinhos bregas de antigamente e curtir o som.
Olhar para o teto, cantar bem alto aquela música que você adora. Com o tempo, você vai percebendo que
para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquele cara que você gosta (ou acha que gosta), e que não quer nada com você, definitivamente não é o homem da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!!!!

Mário Quintana

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CRIANÇAS...


Um autor e conferencista certa ocasião falou de um concurso em que tinha sido convidado como jurado. O objetivo era escolher a criança mais cuidadosa.

Eis alguns dos vencedores:

1. Um garoto de 4 anos tinha um vizinho idoso ao lado, cuja esposa havia falecido recentemente.
Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele, e simplesmente sentou-se em seu colo.
Quando a mãe perguntou a ele o que havia dito ao velhinho, ele respondeu:
- Nada.. Só o ajudei a chorar.

2. Os alunos de uma professora de primeira série estavam examinando uma foto de família.
Uma das crianças da foto tinha os cabelos de cor bem diferente dos demais. Alguém logo sugeriu que essa criança tivesse sido adotada.
Logo uma menina falou:
- Sei tudo sobre adoção, porque eu fui adotada.
Logo outro aluno perguntou-lhe:
- O que significa "ser adotado"?
- Significa - disse a menina - que você cresceu no coração de sua mãe, e não na barriga!

3. Sempre que estou decepcionado com meu lugar na vida, eu paro e penso no pequeno João.
João estava disputando um papel na peça da escola. Sua mãe me disse que tinha procurado preparar seu coração, mas ela temia que ele não fosse escolhido.
No dia em que os papéis foram escolhidos, eu fui com ela para buscá-lo na escola. João correu para a mãe, com os olhos brilhando de orgulho e emoção:
- Adivinha o quê, mãe!
E disse aquelas palavras que continuariam a ser uma lição para mim:
- Eu fui escolhido para bater palmas e espalhar a alegria!

4. Conta uma testemunha ocular de Nova York :
Num frio dia de dezembro, alguns anos atrás, um rapazinho de cerca de 10 anos, descalço, estava em pé em frente a uma loja de sapatos, olhando a vitrina e tremendo de frio.
Uma senhora se aproximou do rapaz e disse:
- Você está com pensamento tão profundo, olhando essa vitrina!
- Eu estava pedindo a Deus para me dar um par de sapatos - respondeu o garoto...
A senhora tomou-o pela mão, entrou na loja e pediu ao atendente para dar meia duzia de pares de meias para o menino. Ela também perguntou se poderia conseguir-lhe uma bacia com água e uma toalha. O balconista rapidamente atendeu-a e ela levou o garoto para a parte detrás da loja e, tirando as luvas, se ajoelhou e lavou seus pés pequenos e secou-os com a toalha.
Nesse meio tempo, o empregado havia trazido as meias. Calçando-as nos pés do garoto, ela também comprou-lhe um par de sapatos.
Ela amarrou os outros pares de meias e entregou-lhe. Deu um tapinha carinhoso em sua cabeça e disse:
- Sem dúvida, vai ser mais confortável agora.
Como ela logo se virou para ir, o garoto segurou-lhe a mão, olhou seu rosto diretamente, com lágrimas nos olhos e perguntou:
- Você é a mulher de Deus?

A vida é curta. Quebre regras, perdoe rapidamente, beije lentamente, ame de verdade, ria descontrolavelmente, e nunca pare de sorrir, por mais estranho que seja o motivo.
E lembre-se que não há prazer sem riscos. A vida pode não ser a festa que esperávamos, mas uma vez que estamos aqui, temos que comemorar!!! Aprecie...

DEUS TE ABENÇOE!

TEOLOGIA MORAL DA MANGA...


O velho caipira, com cara de amigo, que encontrei num banco, estava esperando para ser atendido.
Ele ia abrir uma conta. Começo de um novo ano... Novas perspectivas...
E como não podia deixar de ser, também começou ali um daqueles papos de fila de banco.
Contas, décimo-terceiro que desapareceu, problemas do Brasil, tsunami...
Será que vai chover?
Mas em determinado momento a conversa tomou outro rumo:
- Qual é então o maior problema do Brasil para ser resolvido?
E aí o representante rural, nosso querido "Mazzaropi da modernidade" falou com um tom sério demais para aquele dia:
- O maior problema do Brasil é que sobra muita manga!
Tentei entender a teoria... Fez-se silêncio e ele continuou:
- O senhor já viu como sobra manga hoje debaixo das árvores? Já percebeu como se desperdiça manga?
- Sim... Creio que todos já percebemos isto... Onde tem pé de manga, tem sobrado manga...
E aí ele continuou:
- Num país onde mendigo passa fome ao lado de um pé de manga...
Isso é um absurdo! Num país que sobra manga tem pouca criança.
Se tiver pouca criança as casas são vazias...
Ou as crianças que tem já foram educadas para acreditar que só 'ice-cream' e jujuba são sobremesas gostosas. Boa é a criança que come manga e deixa escorrer o caldo na roupa...
É sinal que a mãe vai lavar, vai dar bronca, vai se preocupar com o filho.
Se for filho tem pai... Se tiver pai e manga de sobremesa é porque a família é pobre...
Se for pobre, o pai tem que ser trabalhador...
Se for trabalhador tem que ser honesto...
Se for honesto, sabe conversar...
Se souber conversar os filhos vão compreender que refeição feliz tem manga, que é comida de criança pobre e que brinca e sobe em árvore...
Se subir em árvore, é porque tem passarinho que canta e espaço para árvore crescer e para fazer sombra... Se tiver sombra tem um banco de madeira para o pai chegar do trabalho e descansar...
Quem descansa no banco, depois do trabalho, embaixo da árvore, na sombra, comendo manga, é porque toca viola...
E com certeza tá com o pé na grama...
Quem pisa no chão e toca música tem casa feliz...
Quem é feliz e canta com o violeiro, sabe orar...
Quem sabe orar sabe amar...
Quem ama, se dedica...
Quem se dedica, ama, ora, canta e come manga, tem coração simples...
Quem tem coração assim, louva a Deus...
Quem louva a Deus não tem medo... Nada faltará porque tem fé...
Se tiver fé em Deus, vê na manga a providência divina...
Come manga, faz doce, faz suco e não deixa manga sobrar...
Se não sobra manga, tá todo mundo ocupado, de barriga cheia e feliz. Quem tá feliz...
Não reclama da vida em fila do banco...

Daí fez-se um silêncio...

Rubem Alves

PARADOXOS DOS SENTIMENTOS...


1. Paradoxo dos Sentimentos (e da Lógica): “O coração tem razões, que a própria razão desconhece”. (Pascal)2. Paradoxo da Cegueira: “O essencial é invisível aos olhos porque é para ser visto com o coração” (A. de Saint-Exupéry).
3. Paradoxo da Ajuda: “Se precisas que alguém te faça um trabalho, pede a quem já estiver ocupado; quem estiver sem fazer nada, vai dizer-te que não tem tempo”.
4. Paradoxo do Tempo: “Se tens pressa vá devagar!”.5. Paradoxo da Tecnologia: “A tecnologia, aproxima-nos de quem está longe e afasta-nos de quem está perto”. (Michele Norsa)6. Paradoxo da Inteligência: “Não chega primeiro quem vai mais depressa, mas sim quem sabe onde vai”. (Séneca)
7. Paradoxo da Felicidade: “Quando, objetivamente , estamos melhor que nunca,subjetivamente ,sentimo-nos profundamente insatisfeitos”. (José Antonio Marina)8. Paradoxo da Sabedoria: “Quem sabe muito, ouve; quem sabe pouco, fala. Quem sabe muito, pergunta; quem sabe pouco, opina”.
9. Paradoxo da Generosidade: “É dando que recebemos”.
10. Paradoxo do Conhecimento: “Quanto mais O homem sabe mais sabe que menos sabe”.
11. Paradoxo do Humor: “O riso é uma coisa séria demais”. (Groucho Marx)
12. Paradoxo do Silêncio: “O silêncio, é o grito mais alto”. (Schopenhauer)
13. Paradoxo da Riqueza: “Rico, não é quem mais tem, mas sim quem menos precisa”.
14. Paradoxo do Amor: “Quem mais ama menos depende de ser amado para ser feliz”.
15. Paradoxo do Prazer: “Sofremos demais pelo pouco que não temos, e alegramo-nos pouco com o muito que possuímos”. (Shakespeare)

SAUDADE...


Como médico cancerologista, já calejado, com longos 29 anos de atuação profissional, posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional.
Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria. Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.
Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas de químicos e radioterapias.
Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar.
Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!
Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe...
A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
"- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!"
Indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida ?
"- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é ?" (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos; com elas, eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo.
"- Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar... Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!"
Fiquei "engasgado"; não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.
"- E minha mãe vai ficar com saudades, emendou ela."
Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:
- E o que saudade significa para você, minha querida ?
- Saudade é o amor que fica !
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade:
"é o amor que fica".

Artigo do Dr. Rogério Brandão, Médico oncologista, Recife

quinta-feira, 15 de julho de 2010

DETERMINE...


Quando se trata de fazer uma mudança que envolva o nosso esforço, quando somos chamados a assumir uma postura diante um fato que já é consumado na nossa vida, e que temos que mudar, pode apostar que tudo fica mais difícil. Tudo vira uma grande batalha, pois é a guerra entre o "eu e o eu mesmo".

O "eu" descobre e sabe que precisa mudar, mas o "eu mesmo", vem sempre com aquela história do "deixa pra amanhã", "prá que se preocupar com isso hoje", "prá que mexer em time que está ganhando", ou seja, desculpas não faltam e você sabe; tudo o que nós precisamos para não mudarmos, para não realizarmos mudanças pessoais, é uma boa DESCULPA.

É assim que o plano de parar de fumar é só um plano, o regime é só um sonho, a mudança de hábitos uma coisa que está no nosso desejo, mas, sempre tem um MAS no meio do caminho:
- No meio do caminho tinha um mas, um MAS estava no meio do caminho, e tudo que eu via, era o MAS no meio do caminho!
Desejos não são motivadores de nada, a não ser para que outras pessoas se mexam no nosso lugar. Por exemplo, a mulher grávida sente um desejo de comer pitanga no meio da madrugada, o marido preocupado com o medo do filho nascer com cara de pitanga e a mulher não deixar mais ele dormir, sai atrás do "desejo" dela, a tal da pitanga.
O patrão, o seu patrão, tem um desejo de ver a sala onde ele atende, arrumadinha, tudo arquivado, organizado, então ele "ordena" que você atenda o desejo dele, limpando, organizando e realizando o sonho dele. Assim, o desejo funciona, mas, quando o desejo é seu e você não pode ordenar para ninguém fazer por você, ai a coisa muda de figura, é você quem tem que se mexer, suar, passar vontades, lutar de verdade.
Então, não basta um DESEJO, um QUERER, tem que ter algo mais, tem que haver uma DETERMINAÇÃO. A DETERMINAÇÃO é quem faz mover molas, montanhas, pedras e muito mais, não aceitando mais desculpas, indo até um pouco além do seu limite. Quando nós deixamos de lado as desculpas e determinamos uma mudança em nossas atitudes, ninguém, nem MACUMBA, nem DESPACHO, nem REZA BRAVA, segura a nossa vitória.

Experimente,pense no que precisa mudar:
- a paz na sua casa? Construa com atitudes de paz, de serenidade, de apaziguador.
- acabar com as dívidas? Austeridade e rigor nas contas atuais.
- parar de fumar? Diminua 1 cigarro por dia, ou jogue o maço todo agora mesmo!
- emagrecer? compromisso de 0,500 gramas a menos por semana até o final do ano, assim, basta cortar as "besteiras", não precisa passar fome.
viajar pela Europa? Guarde um pouco por mês, como prestação da viagem e viaje quando quiser.
Tudo pode ser mudado agora com mesmo com DETERMINAÇÃO, ainda que os resultados não sejam visíveis na mesma hora. O milagre acontece gota á gota, todos os dias, para ser para sempre. Que adianta emagrecer 10 Kg em uma semana e não mudar os hábitos? Em 6 meses a pessoa ganha os 10 Kg que perdeu e leva de prêmio mais 20 Kg de consolação.
ATITUDE!
Acabe com as desculpas, jogue fora "as muletas" que te impedem de caminhar livre!
DETERMINE AGORA A SUA MUDANÇA, A SUA VITÓRIA, e dê o primeiro passo, o restante da caminhada, Deus segue contigo, e onde o cansaço for demais, Ele te levará no colo, pois DEUS ama os que não se abatem, os que não se entregam, os que deixam tudo para seguí-lo.

Tá difícil de começar?
Que tal uma prece sentida, uma oração que brote da sua alma. Não importa se você está na sua casa, no trabalho, na cama de um hospital, na cela de uma prisão. Deus te visita, lê a sua alma, entende seu sofrimento, suas dificuldades e não vai te pedir nada além do que você é capaz de fazer ou suportar.
Deus não é FARDO!
Mas, eu te garanto: você pode muito mais do que o comodismo das desculpas permitem.
Você pode não ter asas, mas pode voar muito mais alto!
Acredite, determine e vença!

O melhor da sua vida começa agora, mesmo que você ainda esteja na cama do hospital, na cela da prisão, atolado em dívidas, mergulhado em problemas, ainda assim, depois desse momento de oração, da sua DETERMINAÇÃO, tudo começa a mudar!
Apenas creia, olhe para a frente e faça os seus novos planos, pois Deus é contigo!

Paulo Roberto Gaefke

EU PEDI A DEUS...


Eu pedi a Deus que tirasse meu orgulho.
E Deus disse não!
Não Lhe cabia tirá-lo, mas a mim deixá-lo...

Eu pedi a Deus que me desse paciência.
E Deus disse não!
Ele disse que a paciência nasce das atribulações;
Ela não é concedida, é merecida...

Eu pedi a Deus que me concedesse felicidade.
E Deus disse não!
Ele disse que me daria Suas bênçãos;
A felicidade viria de mim mesmo...

Eu pedi a Deus que me poupasse do sofrimento.
E Deus disse não!
Ele disse que a dor afasta-me das ilusões da vida
e leva-me para mais perto d’Ele...

Eu pedi a Deus que me fizesse crescer minha vida espiritual.
E Deus disse não!
Ele me disse que eu deveria crescer sozinho,
mas Ele vai podar-me como um ramo, para que produza frutos...

Eu perguntei a Deus se Ele me ama.
E Deus disse sim!
Ele deu-me Seu Único Filho, que morreu por mim
E quer-me um dia no céu, pela minha Fé...

Então, pedi a Deus que me ajudasse a amar os outros como Ele me ama.
E Deus disse:
"Finalmente compreendeste!"

http://paginas.fe.up.pt/~fsilva/port/pedi.htm

MOTIVOS...


Já tive motivos suficientes para desanimar e parar.
Mas meus motivos para continuar são sempre maiores.
Sigo em frente, pois aprendi que a volta ao passado é impossível
Vou de novo, pois sei que a persistência conduz ao êxito.
Quando canso, eu mesmo me desafio a encontrar uma nova força.
Sou o meu maior amigo, e também o meu maior inimigo.
Sendo meu maior amigo sou sempre forte.
Sendo meu maior inimigo sou sempre fraco.
Sou construído pela amizade forte que tenho por mim mesmo.
Sou meu maior inimigo, e como tal, sou fraco para me combater.
Meu maior motivo para nunca desistir é simples.
Quem desiste, jamais consegue sentir o sabor da vitória.

J. Ruy

CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS...


A revista ISTO É publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi. O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor
organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.
Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não autoestima.


ISTO É - Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki* -- Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe.
O mundo define que poucas pessoas deram certo.
Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes.
E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados.
Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu à pena, porque não conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.
Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe.
O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.
Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros.
São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.

ISTO É -O Sr. citaria exemplos?
Shinyashiki* -- Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.
Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis.
Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.
Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito '100% Jardim Irene'.
É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.
O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana..
Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio.
Por que tanta gente se mata?
Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTO É -- Qual o resultado disso?
Shinyashiki* -- Paranóia e depressão cada vez mais precoce.
O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece.
A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.
Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas.
Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.*

ISTO É* - Por quê?*
Shinyashiki* -- O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento.
É contratado o sujeito com mais marketing pessoal.
As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência.
Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras.
Disse que ela não parecia demonstrar interesse.
Ela me respondeu estar muito interessada, mas como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas.
Contratei-a na hora.
Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTO É* - Há um script estabelecido?
Shinyashiki* -- Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?
- Qual é seu defeito?
Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:
- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.
É exatamente o que o Chefe quer escutar.
Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido?
É contratado quem é bom em conversar, em fingir.
Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.
O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse:
'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.
Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!

ISTO É* - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas? *
Shinyashiki* - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.
Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. *
Cuidado com os burros motivados.
Há muita gente motivada fazendo besteira.
Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado..
Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão.
Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso, para o qual eu não estava preparado.
Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia.
O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTO É* - Está sobrando auto-estima?*
Shinyashiki* - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima.
Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.
Antes, o ter conseguia substituir o ser.
O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom.
Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.
As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam.
E poucos são humildes para confessar que não sabem.
Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim.
Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

ISTO É* -Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência? *
Shinyashiki* -Isso vem do vazio que sentimos.
A gente continua valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada!
Tive um professor de filosofia que dizia:
'Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia.
Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.
A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTO É* - O conceito muda quando a expectativa não se comprova? *
Shinyashiki*
- Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado.
A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza.
Não há nada de errado nisso.
Hoje, as pessoas estão questionando o Lula, em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram.
A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas. *

ISTO É* - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos? *
Shinyashiki* -Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente.
Há várias coisas que eu queria e não consegui.
Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos.
Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.
Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo.
O resto foram apostas e erros.
Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo.
Um amigão me perguntou:
'Quem decidiu publicar esse livro?'
Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTO É* - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência? *
Shinyashiki
* - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.
São três fraquezas:
A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.
Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno.
Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards.
Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates.
O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.*

ISTO É* - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus? *
Shinyashiki* - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade...
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.
A segunda loucura é:
Você tem de estar feliz todos os dias.
A terceira é:
Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura:
Você tem de fazer as coisas do jeito certo.
Jeito certo não existe.
Não há um caminho único para se fazer as coisas.
As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade.
Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.
Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.
Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema..
Quando era recém-formado em São Paulo , trabalhei em um hospital de pacientes terminais..
Todos os dias morriam nove ou dez pacientes..
Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.
A maior parte pega o médico pela camisa e diz:

'Doutor, não me deixe morrer.
Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz'.
Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada.
Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas.
Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.